“Quem não estiver preparado para jogar a melhor competição de clubes do mundo, não pode jogar futebol nem estar neste desporto tão bonito e belo. Agora, não podemos é confundir entusiasmo e euforia. Entusiasmo é necessário, euforia nem tanto. É preciso que esse entusiasmo seja controlado pelos jogadores e que não passe a um estado de euforia que possa prejudicar a equipa”, advertiu o técnico, em conferência de imprensa.
O FC Porto, vencedor da competição em 1986/87 e 2003/04, visita o Atlético de Madrid, na quarta-feira, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), no Estádio Metropolitano, em Madrid, em jogo da jornada inaugural do Grupo B, com arbitragem do polaco Szymon Marciniak.
“Viemos com 22 atletas de campo e quatro guarda-redes, mas muitos nunca estiveram nesta competição nem tiveram a possibilidade de jogar a este nível, que é muito alto. Até temos o exemplo dos anos passados, quando fizemos trajetos muito bons e passam por estarmos atentos a pormenores que encontramos na Liga dos Campeões”, prosseguiu.
Confiando numa equipa “preparada psicologicamente”, Sérgio Conceição reconheceu ter extraído “algumas conclusões” do duplo confronto frente aos ‘colchoneros’ (empate 0-0 fora e derrota caseira por 1-3), em 2021/22, que relegou o FC Porto para a Liga Europa.
“Aprendemos sempre com a experiência da própria vida e, neste caso, do desporto. Se voltasse atrás, teria momentaneamente feito algo de diferente ou não. Depende da forma como olhamos para essas experiências. Acho que todas são enriquecedoras”, partilhou.
Sérgio Conceição prepara-se para cumprir o 35.º jogo e superar Jesualdo Ferreira como treinador com mais partidas disputadas pelos ‘azuis e brancos’ na Liga dos Campeões, depois de 16 vitórias, seis empates e 12 derrotas, com 54 golos marcados e 50 sofridos.
“O FC Porto é o terceiro clube com mais presenças nesta competição [as mesmas 26 do Bayern Munique, uma abaixo de Real Madrid e FC Barcelona]. Sinto-me muito lisonjeado por isso. Não sou inexperiente, sou experiente, mas estou sempre a aprender”, garantiu.
Nas quatro participações anteriores na fase de grupos - objetivo fracassado em 2019/20, quando perdeu no ‘play-off’ -, o técnico registou três apuramentos para os oitavos de final (2017/18, 2018/19 e 2020/21), em contraste com o desempenho da temporada passada.
“Percalços no voo para Madrid? Não posso responder, porque não sou piloto nem faço parte da equipa que planeou a viagem. Esperámos algum tempo para aterrar. Não quero que nos aconteça no grupo aquilo que se passou, que foi ficarmos na última posição [do aeroporto]”, ironizou, numa ‘poule’ que também inclui Bayer Leverkusen e Club Brugge.
As seis jornadas da fase de grupos da 68.ª edição da Liga dos Campeões serão jogadas excecionalmente a partir de hoje e quarta-feira e até 01 e 02 de novembro, por causa da fase final do Mundial2022, que decorre de 20 de novembro a 18 de dezembro, no Qatar.
“O mercado é muito extenso e prejudicial para os clubes de menor capacidade financeira. Aí, voltamos à conversa que teríamos e que dava pano para mangas... Esta fase é mais curta e aparece mais cedo, mas temos de jogá-la. Não vai mudar nada do planeamento e daquilo que vai ser a época. Importante é olhar para o encontro de amanhã [quarta-feira] numa prova tão bonita e competirmos. Teoricamente, o nosso plantel valerá três vezes menos do que o do Atlético de Madrid, mas queremos estar ao mais alto nível”, finalizou.
A final da prova está agendada para 10 de junho de 2023, no Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul, na Turquia, destino original dos confrontos decisivos de 2020 e 2021, que foram transferidos para Lisboa e Porto, respetivamente, devido à pandemia de covid-19.
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