Pauleta, o melhor marcador da história da seleção portuguesa de futebol, escusou-se a apontar uma preferência para o jogo entre Paris Saint-Germain e FC Porto, da sexta jornada do Grupo A da Liga dos Campeões.
«É uma pergunta difícil, porque sou português e embaixador do Paris Saint-Germain, um clube que aprendia a amar. Preferia não responder a essa pergunta. Fico feliz por as duas equipas já estarem apuradas. Acredito que vai ser um espetáculo muito melhor, porque vão jogar simplesmente para conseguir o primeiro lugar, pelo prestígio», afirmou à agência Lusa Pauleta.
O ex-avançado, que marcou um dos golos da vitória dos parisienses na receção aos “dragões”, por 2-0, na fase de grupos da edição de 2004/2005 da “Champions”, realçou a diferença de estatuto e experiência entre os dois pretendentes ao primeiro lugar da “poule”.
«São duas equipas diferentes. O FC Porto tem uma experiência internacional enorme e o Paris Saint-Germain está bastante reforçado, com jogadores de grande talento, sem grande experiência na Liga dos Campeões, mas com muita qualidade. Espero que seja um bom jogo, um grande espetáculo, com muitos golos e que ganhe a melhor», referiu.
O agora diretor da Federação Portuguesa de Futebol era convidado de honra da UEFA para assistir ao encontro, mas, por estar a acompanhar a seleção portuguesa de futebol de sub-17, na Turquia, viu gorada a hipótese de marcar presença no Parque dos Príncipes, num encontro entre dois “outsiders” da competição.
«Candidatos? Penso que não. Apesar de já ter ganhado duas Ligas dos Campeões, o FC Porto nunca foi o candidato principal e o Paris Saint-Germain, um clube com pouca história na competição, também não pode ser. Os candidatos são os do costume, mas não quer dizer que uma ou outra destas equipas não se intrometa entre os candidatos e até ganhe a Liga dos Campeões. Obviamente que gostava que isso acontecesse, mas não os vejo como candidatos», explicou.
Pauleta encontra diferenças entre o Paris Saint-Germain que conheceu como jogador e o atual.
«Não digo que tenha perdido identidade, mas é um clube diferente. Por um lado, estou feliz, porque vejo os adeptos e as pessoas de Paris felizes, com jogadores de classe mundial, mas, por outro lado, tenho algum receio, apesar de não ter razões para desconfiar de nada, porque, quando os clubes são comprados, a qualquer momento pode acontecer o inverso e as pessoas podem abandonar o clube. O meu receio é só no futuro do Paris Saint-Germain, se isso acontecer», sublinhou.
No entanto, o ex-futebolista elogia o empenho do proprietário do clube, o catari Nasser Al Khelaifi, no reforço da equipa principal, que luta pelo título no campeonato gaulês.
«No momento atual, têm feito um trabalho muito bom, não só na contratação de grandes estrelas. Espero que estejam também a crescer como clube, nas infraestruturas e na formação, numa cidade com 10 milhões de habitantes. Espero que isso esteja salvaguardado», disse.
Pauleta disse ainda não temer perder o “estatuto” obtido em Paris para o sueco Zlatan Ibrahimovic, que se tem destacado no conjunto comandado pelo italiano Carlo Ancelotti.
«Não, os recordes e os lugares de honra são sempre batidos. O que interessa é o que fizemos na altura em que estivemos nos clubes. No meu caso, o meu tempo já passou, foram cinco anos maravilhosos em Paris, onde, ainda hoje, sou reconhecido por todos. E, quando há jogadores com talento do Ibrahimovic, não podemos fazer nada, temos é de ficar satisfeitos porque o clube que representámos tem outro jogador de grande nível e que, neste caso, é um grande fenómeno», explicou.
Pauleta diz aguardar, com satisfação, que Cristiano Ronaldo supere o seu recorde de 47 golos na seleção portuguesa e Ibrahimovic o estatuto de melhor marcador estrangeiro na formação parisiense, os seus 109 golos, em cinco épocas.
«Acho que não tenho nenhum recorde para o Messi bater... são só, se calhar, os três melhores jogadores da atualidade, talvez com o Messi e o Ronaldo num nível acima e o Ibrahimovic um pouco atrás. Fico feliz, porque tenho dois recordes para serem batidos por dois dos melhores jogadores da atualidade», concluiu.
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