Na análise anterior quando saiu o sorteio da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, tinha escrito: “Prevejo um Benfica muito balanceado no ataque e um PAOK compacto, com uma linha de cinco defesas, tentando aproveitar ao máximo os desequilíbrios defensivos do Benfica, através de contra-ataques e ataques rápido”.
Um jogo por parte do PAOK com muita inteligência, de pragmatismo e de uma estratégia tática perfeita, diria mesmo que foi um jogo à Italiana! Aliado a esta organização defensiva, muito própria das equipas Italianas, Abel juntou o carater e agressividade em cada lance de jogo. De realçar a concentração elevada que os seus jogadores tiveram durante os 90 minutos.
No entanto, esta organização defensiva não se trata apenas de recuar e juntar as linhas. Muitas vezes defender bem não implica a colocação de um maior número de jogadores atrás da linha da bola, pelo contrário, nos dias de hoje implica a colocação de um menor número de jogadores, sobretudo no setor intermédio. A razão é que as transições ofensivas ganharam maior relevância, não só para as equipas designadas ‘pequenas’, mas também para as equipas chamadas ‘grandes’. Há necessidade de aproveitar constantemente o desequilíbrio defensivo adversário, sobretudo através de transições preventivas.
No entanto, a colocação de um menor número de jogadores no setor intermédio, implicará sempre, descobrir um dos corredores laterais. E, a equipa do PAOK tem esta particularidade de fechar este mesmo corredor através dos seus laterais, que saem com bastante rapidez e agressividade ao portador da bola. E penso que o Benfica foi ‘enganado’ desta forma. Isto é, houve frequentemente orientação por parte da equipa do PAOK que o Benfica jogasse de dentro para fora, não conseguindo sair com êxito desta teia criada pelo Abel.
O que poderia ter feito o Benfica? Penso que seria importante que jogasse segundo esta ideia de ‘dentro-fora e fora-dentro’, isto é, neste preciso momento que retratei anteriormente (quando os laterais do PAOK saíssem agressivos ao portador da bola), voltar a jogar dentro, diretamente para o (s) seu (s) ponta (s) de lança junto da zona 14, até porque, um dos defensas centrais do PAOK estaria geralmente mais descaído para o lado do centro do jogo, podendo dessa forma serem criadas situações de igualdade numérica de 2x2, como ilustra a figura.
Para isso, era necessário que o Benfica tivesse colocado mais gente nesta zona central do terreno, para que através de combinações táticas curtas, pudesse, de facto, atacar a profundidade central e assim chegar com maior perigo à baliza do PAOK.
Nem sempre ganha a melhor equipa. Mérito total para a equipa do Abel, pela humildade e coragem que demonstrou em campo. Conseguiram controlar muito melhor os momentos de jogo, sobretudo em fase defensiva e criaram, dessa forma, bastantes dificuldades ao Benfica.
Votos de sucesso, e que consigam atingir a fase de grupos da Liga dos Campeões.
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