Na corrida a um segundo cetro francês, para reeditar o feito único do Marselha (1992/93), os parisienses têm como principais oponentes os alemães do Bayern Munique e os quatro representantes ingleses, o detentor Chelsea, o Manchester City, o Liverpool e o Manchester United, com o regressado Cristiano Ronaldo.
Atlético de Madrid, Real Madrid e FC Barcelona, que lideram o quinteto espanhol, os italianos do Inter de Milão e da Juventus e os alemães do Borussia Dortmund encabeçam, por seu lado, a lista de ‘outsiders’, na qual não entram os três representantes lusos (FC Porto, Benfica e Sporting).
Depois de nove tentativas falhadas – quatro ‘quedas’ nos ‘quartos’ (2012/16), três nos ‘oitavos’ (2016/19), uma na final (2019/20) e outra nas ‘meias’ (2020/21) -, o catari Nasser Al-Khelaifi, líder do PSG, apostou ainda mais forte para 2021/22.
Conseguindo ‘driblar’ o ‘fair play’ financeiro, o PSG contratou a ‘custo zero’ quatro ‘enormíssimos’ jogadores, o guarda-redes italiano Donnarumma, o central espanhol Sergio Ramos, o médio holandês Wijnaldum e, qual ‘cereja no topo do bolo’, o avançado argentino Lionel Messi.
Os franceses reforçaram-se ainda com o lateral direito Hakimi, contratado ao Inter de Milão por 60 milhões de euros, e o lateral esquerdo português Nuno Mendes, pelo qual deram para já ao Sporting sete milhões, mais o empréstimo de Sarabia.
Assim, e porque conseguiu resistir aos 200 milhões de euros acenados pelo Real Madrid para levar Kylian Mbappé, e manteve ainda Neymar, Marquinhos, Kimpembe, Paredes, Verratti, Danilo, Herrera, Draxler, Gueye, Rafinha, Icardi e Navas, o PSG, do argentino Mauricio Pochettino, tem um autêntico ‘dream team’.
No ‘papel’, não há equipa tão poderosa como os parisienses, sobretudo com a incorporação de Messi, que, depois de toda uma vida no FC Barcelona e a caminho de uma sétima ‘Bola de Ouro’, após a vitória na Copa América, chega a Paris desejoso de fazer história e arrebatar uma quinta ‘orelhuda’ para o seu currículo.
Os atuais vice-campeões franceses não terão, porém, tarefa fácil para conquistar a mais importante prova de clubes do Mundo, tal a concorrência, a começar pela equipa que os derrotou na final da Luz, em 2020, os alemães do Bayern Munique.
Na primeira época sob o comando de Julian Nagelsmann, sucessor de Hansi Flick, novo selecionador germânico, os bávaros voltam com armas idênticas às de anos anteriores, sendo novidades Upamecano e Sabitzer, em vez de Alaba e Boateng.
Quanto à base, continua a mesma, com o goleador poloco Robert Lewandowski a ser a grande referência, secundado pelos ‘incontornáveis’ Neuer, Kimmich e Thomas Müller, mais Pavard, Lucas Hernández, Goretzka, Gnabry, Sane e Coman.
Na luta pelo cetro, estarão também, certamente, os quatro representantes ingleses, desde logo o campeão em título Chelsea, de Thomas Tuchel, que não ficou a ‘dormir’ à ‘sombra’ do cetro e apetrechou-se cirurgicamente para o defender.
O regressado belga Romelu Lukuku, contratado ao Inter de Milão por 115 milhões de euros, é o grande reforço dos ‘blues’, que ainda foram buscar ao Atlético de Madrid o médio Saúl Ñíguez.
Em sentido inverso, nem uma saída verdadeiramente importante, mantendo-se Mendy, Rüdiger, Christensen, Thiago Silva, Azpilicueta, Reece James, Marcos Alonso, Chilwell, Jorginho, Kanté, Kovacic, Pulisic, Mount, Ziyech, Havertz e Werner, num plantel ‘imenso’, com soluções para ‘todos os gostos’.
Finalista vencido a época passada no Dragão (0-1) e campeão inglês em título, o Manchester City é também forte pretendente à ‘coroa’, com Pep Guardiola a ter em Jack Grealish, que custou 117,5 milhões de euros, a sua nova grande arma.
De resto, todos os ‘ases’ continuam no Etihad, casos de De Bruyne, Gündogan, Ederson, Foden, Walker, Sterling, Gabriel Jesus, Ferran Torres, Mahrez, Rodri, Stones e Laporte, sem esquecer os lusos João Cancelo, Rúben Dias e Bernardo Silva.
Ao City, ‘só’ falta um goleador, pois não conseguiu Harry Kane e nem chegou bem a ‘sonhar’ com Cristiano Ronaldo, que, aos 36 anos, acabou por decidir regressar ao outro clube da cidade, o Manchester United, também candidato ao cetro.
‘Vice’ campeão inglês em 2020/21, sob o comando do norueguês Ole Gunnar Solskjaer, o United surge mais forte na nova época, com o ‘capitão’ da seleção lusa, o central francês Varane e o extremo inglês Jadon Sancho.
No campo, a grande referência deverá continuar a ser o médio português Bruno Fernandes, num conjunto com qualidade de trás à frente, com De Gea, Lindelöf, Maguire, Shaw, Pogba, Fred, Rashford, Greenwood, Martial e Cavani, entre outros.
O quarto representante inglês é o Liverpool, que, depois de uma época marcada por lesões, surge com um elenco idêntico, mas com os jogadores recuperados, nomeadamente o central holandês Virgil van Dijk, o que faz toda a diferença.
Com a consistência defensiva que, naturalmente, lhe faltou em 2020/21, o conjunto de Jürgen Klopp tem tudo para se bater com os melhores, nomeadamente Alisson, Alexander-Arnold, Robertson, Fabinho, Henderson e, claro, o trio da frente, com Salah, Mané e Firmino, e muitas vezes Diogo Jota em vez do brasileiro.
Na lista dos principais candidatos ao ‘trono’ não entram o quinteto de espanhóis, nomeadamente o Real Madrid, que perdeu a referência Sergio Ramos e não conseguiu Mbappé, e o FC Barcelona, sem dinheiro para segurar Lionel Messi.
O Atlético de Madrid, com o regressado Griezmann e De Paul, entra também nesta ‘segunda linha’, na qual não ‘cabem’ Sevilha e Villarreal, ao contrário dos alemães do Dortmund, porque têm Haaland, e do Inter de Milão e da Juventus, mesmo sem Lukaku e Cristiano Ronaldo, respetivamente.
A fase de grupos da ‘Champions’ 2021/22 conta com clubes de 15 países, com Espanha (cinco), Inglaterra, Alemanha e Itália (quatro), Portugal (três) e França e Ucrânia (dois) a serem os únicos com mais um do que um represente, enquanto oito países só têm um, entre eles a estreante Moldávia (Sheriff).
As 32 formações estão divididas em oito grupos de quatro, com os dois primeiros a seguirem para os ‘oitavos’ e o terceiro a ‘tombar’ para a Liga Europa, numa fase de grupos que arranca terça-feira e fecha em 06 de dezembro, após seis jornadas.
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