O FC Porto tem esta terça-feira o dia ideal para se destacar no segundo lugar do Grupo C da Liga dos Campeões em futebol, à terceira jornada, já que recebe o Marselha e o Oympiacos viaja a Manchester.
Depois do 2-0 na receção aos gregos, em resposta ao 1-3 sofrido perante o ‘poderoso’ City, os comandados de Sérgio Conceição recebem um conjunto gaulês que soma por derrotas os dois jogos disputados (0-1 na Grécia e 0-3 na receção aos ingleses) e parece o adversário ideal para os portistas ‘esquecerem’ a I Liga.
Os ‘dragões’ têm uma oportunidade de ‘ouro’ para dar um passo importante rumo aos ‘oitavos’, num jogo especial, já que está de volta ao Dragão o treinador André Villas-Boas, pela primeira vez após a marcante temporada de 2010/11.
No seu único ano na “cadeira de sonho”, Villas-Boas, então com 33 anos, efetuou uma época memorável, com a conquista da Liga Europa, da I Liga portuguesa, da Taça de Portugal e da Supertaça, com um futebol de alta qualidade e muitos golos (145, em 58 jogos).
O discípulo de José Mourinho partiu, como o ‘mestre’, para o Chelsea, passou por Tottenham, Zenit e Shanghai SIPG, antes de ‘aterrar’ em Marselha, e agora, uma década depois, está de volta, ao comando de uma equipa que não parece estar à altura do FC Porto, apesar de ‘craques’ como Mandanda, Payet, Benedetto ou Thauvin.
O Marselha até começou bem a época, com duas vitórias, a segunda marcante, na casa do campeão Paris Saint-Germain (1-0), mas o ‘balão’ não demorou a esvaziar, como mostraram os oito jogos que se seguiram: duas vitórias, três empates e três derrotas.
O ‘zero’ na ‘Champions’, em vitórias, pontos e golos, deixa os gauleses já ‘obrigados’ a pontuar no Dragão, onde, por seu lado, o FC Porto pode já quase ‘sentenciar’, caso repita o que conseguiu face aos gregos, os primeiros ‘carrascos’ dos franceses.
Em caso de triunfo, os comandados de Sérgio Conceição podem ‘saltar’ para seis pontos e ficar três à maior sobre o Olympiacos, caso a lógica prevaleça e o ‘onze’ de Pedro Martins perca em Inglaterra, perante o 100% vitorioso City.
Esta não será a primeira vez que o FC Porto defronta o Marselha, nunca tendo perdido frente ao emblema do sul de França nos quatro confrontos anteriores. O Marselha esteve ainda presente no caminho azul e branco para a conquista da edição 2003/04 da Liga dos Campeões em futebol, em dois duelos que foram decisivos para ultrapassar a fase de grupos.
Num agrupamento dominado pelo Real Madrid, de Carlos Queiroz, e no qual o Partizan não logrou qualquer triunfo, a chave foram os dois embates entre os comandados de José Mourinho e os gauleses, na terceira e quarta jornadas.
Depois de um empate em Belgrado (1-1) e um desaire na receção aos ‘merengues’ (1-3), num jogo em que o atual treinador Zinedine Zidane fechou a contagem, o FC Porto foi pressionado a Marselha e ainda mais ficou quando, aos 24 minutos, o marfinense Didier Drogba colocou os franceses na frente do marcador.
Os então detentores da Taça UEFA, conquistada em 2002/03 numa final com o Celtic, estavam obrigados a reagir e conseguiram-no, virando o encontro ainda na primeira parte, com tentos de Maniche, aos 31 minutos, e do brasileiro Derlei, aos 35.
A nove minutos do final, o russo Alenitchev reforçou a vantagem dos ‘azuis e brancos’, já de nada valendo aos franceses o golo de Steve Marlet, aos 84. Com o triunfo, o FC Porto ultrapassou na tabela o Marselha (quatro pontos, contra três).
O jogo no Dragão, à quarta jornada, também era muito importante e os ‘dragões’ deram mais um passo decisivo rumo aos ‘oitavos’, ao voltarem a vencer os comandados de Alain Perrin, bastando, desta vez, um tento solitário de Alenitchev, aos 21 minutos.
Na ronda seguinte, o FC Porto bateu em casa o Partizan por 2-1, com um ‘bis’ do sul-africano McCarthy, e selou o apuramento para a fase seguinte, para, na última ronda, empatar 1-1 no Santiago Bernabéu e acabar no segundo lugar do Grupo F.
Depois, os comandados de José Mourinho superaram, com muita felicidade, o Manchester United e ‘desviaram-se’ de todos os outros ‘tubarões’ até ao título, eliminando Lyon e Deportivo antes do 3-0 ao Mónaco na final de Gelsenkirchen.
Contra todas as expectativas, o FC Porto sagrou-se, assim, campeão europeu: foi o único cetro que fugiu aos quatro ‘grandes’ nos últimos 25 anos – 11 para Espanha, cinco para Inglaterra e quatro para Alemanha e Itália – e a única final sem pelo menos um dos seus representantes na ‘era Champions’ (desde 1992/93).
Quanto ao Marselha, os ‘azuis e brancos’ encontraram novamente o clube gaulês numa fase de grupos da Liga dos Campeões quatro anos volvidos, e voltaram a impor-se no confronto direto e a atirá-los para a Liga Europa.
O FC Porto deslocou-se mais uma vez a França na terceira jornada e também começou a perder, culpa de um tento de Mamadou Niang, já aos 70 minutos, conseguindo desta vez ‘apenas’ o empate, selado de penálti pelo argentino Lucho González, aos 79.
Duas semanas depois, no Dragão, a formação de Jesualdo Ferreira impôs-se por 2-1, com tentos do marroquino Tarik Sektioiu, aos 27 minutos, e do argentino Lisandro López, aos 78. Pelo meio, aos 47, Niang voltou a bater o brasileiro Helton.
No final das contas, e num Grupo A que também tinha Liverpool e Besiktas, o FC Porto, apesar de derrotado em Anfield Road por 4-1, acabou primeiro, com 11 pontos, contra 10 dos ‘reds’, sete dos gauleses e seis dos turcos.
Além dos embates com o FC Porto, o Marselha também já defrontou Sporting de Braga, Vitória de Guimarães e Benfica, a primeira vez nas meias-finais da Taça dos Campeões de 1989/90, decididas na Luz pela mão de Vata, que os franceses jamais esqueceram.
O quinto encontro europeu entre o FC Porto e o Marselha, a contar para a terceira jornada do Grupo C da Liga dos Campeões, está agendado para esta terça-feira, pelas 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto.
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