O presidente da Liga espanhola de Futebol (LaLiga), Javier Tebas, garantiu que o Campeonato Espanhol não irá diminuir o número de equipas e que continuará a ser disputado aos fins-de-semana, em resposta as mudanças nas competições europeias propostas pela UEFA e pela Associação de Clubes Europeus.

"LaLiga e as outras grandes ligas da Europa não vão deixar de jogar nos fins-de-semana, isso são projetos de conversa de café às cinco da manhã", declarou Tebas, durante evento promocional da LaLiga.

O presidente da Liga espanhola reagia assim à reunião informal da terça-feira da semana passada, entre a UEFA e a Associação de Clubes Europeus (ECA) "para permitir uma troca de ideias e um intercâmbio de pontos de vista sobre as competições de clubes da UEFA depois de 2024".

Esta terça-feira, a Associação Europeia de Clubes aprovou uma proposta de renovação da Liga dos Campeões de futebol, a partir de 2024, que inclui a promoção e despromoção de equipas, situação que já está a ser debatida com a UEFA. O organismo decidiu avançar para uma possível ‘revolução’ na mais importante competição de clubes na Europa, com a criação de duas divisões, com 16 equipa cada, com um quadro de descidas e subidas no final da temporada.

A decisão foi anunciada pelo italiano Andrea Agnelli, presidente da Juventus, que é também líder da Associação Europeia de Clubes, que representa mais de 200 emblemas. Agnelli adiantou que o objetivo é também passar alguns jogos para o fim de semana, alternando com os campeonatos de cada país, e que essas ideias vão ser debatidas juntamente com a UEFA nos próximas “12 a 16 meses”.

O projeto de uma grande liga europeia, da qual participariam grandes clubes do continente, e que seria disputada aos fins de semana, vinha a ganhar força nos bastidores. Tebas, porém, sempre se mostrou contrário às mudanças, afirmando que nunca aceitaria reduzir o número de equipa nas competições espanholas

"Garanto-te que La Liga vai ter 20 clubes nos próximos 20 anos, não será reduzida, nem a Premier League. Nenhuma das ligas está disposta a reduzir o seu tamanho, principalmente porque isso afetaria a industria", garantiu o dirigente.

"O que mais me preocupa é que muitos dirigentes destes grandes clubes não sabem o que estão a fazer, estão a prejudicar os próprios clubes. Ficarão oito ou dez anos sem ganhar um título, vão ficar sem adeptos. Não se dão conta de que o modelo de desporto na Europa foi construído sobre ligas nacionais fortes e uma Champions exclusiva, e quando um produto exclusivo se torna normal tudo cai", concluiu.