Histórico! O FC Porto foi derrotado pela Juventus por 3-2 mas seguiu para os quartos de final da Champions. Um livre de Sérgio Oliveira apontado ao 115´acabou por valer a passagem dos azuis e brancos à próxima eliminatória da Champions.

Minuto 54´ - Taremi atira a bola para longe, diz não ter ouvido o apito do árbitro mas recebe ordem de expulsão e o FC Porto fica a jogar com menos um a 35 minutos do final da partida. Estava 1-1 no marcador. Mas os dragões teriam ainda pela frente 30 minutos de prolongamento.

Podia ter sido o fim do sonho, num encontro que até começado muito bem para o FC Porto perante a poderosa Juve. As coisas até podiam ter acabado mal, mas foram os dragões a sorrir no final, depois de um jogo de abnegação do conjunto orientado por Sérgio Conceição.

Com menos um jogador durante grande parte da segunda parte e prolongamento, a equipa foi irrepreensível na atitude e no querer, mas precisava de um momento de inspiração que acabou por surgir no final da segunda parte do prolongamento, num pontapé com selo de 'quartos' de Sérgio Oliveira.

Para o encontro em Turim, os azuis e brancos apresentaram-se na máxima força com Sérgio Conceição a apostar em Pepe e Corona para o onze titular. Na Juventus, Cuadrado rendeu Danilo (estava suspenso) no lado direito da defesa, com Pirlo a mexer em seis pedras. Saíram Bentancur, De Ligt, Chiellini, , Kulusevski e McKennie e entraram Cuadrado, Demiral, Bonucci, Arthur, Ramsey e Morata.

Os primeiros minutos da partida foram eletrizantes com lances de perigo em ambas as balizas. O FC Porto foi a primeira equipa a assustar. Cuadrado tentou aliviar e Uribe aproveitou a ressaca para atirar ao lado. Na resposta, Marchesín teve que se aplicar depois de um cabeceamento de Cuadrado. Com o FC Porto mais na expetativa e com a Juve com mais bola, voltaram a ser os azuis e brancos a estar perto do golo. Grande jogada de Zaidu seguida de cruzamento atrasado para remate ao ferro de Taremi.

O golo acabou mesmo por surgiu ao minuto 17´ e para o FC Porto. Taremi foi carregado na área por Demiral após abertura de Marega e foi assinalada grande penalidade. Na conversão, Sérgio Oliveira enganou Szczesny. A Juventus tinha que fazer três golos para evitar o prolongamento. Ainda assim, não se podia subestimar a equipa de Andrea Pirlo, que à falta de um coletivo sólido tinha individualidades que podiam resolver a qualquer momento e assim foi. A partir dos 30 minutos, os donos da casa chamaram para si o controlo as operações. Porém, os italianos durante a primeira parte não conseguiram incomodar de sobremaneira Marchesín com exceção de duas tentativas de Morata e Rabiot.

No segundo tempo, a 'vecchia signora' transfigurou-se e o início da etapa complementar começou da melhor forma para o conjunto de Turim. O golo do empate surgiu logo a abrir por intermédio de Chiesa que já tinha marcado na primeira mão. Ronaldo trocou as voltas a Mbemba, deixando para a finalização vitoriosa do dianteiro italiano, num remate ao ângulo sem hipóteses para Marchesín.

Mas o minuto 54´, como recordámos no início deste texto, viria a condicionar e de que maneira a forma como o FC Porto iria abordar o resto da partida. O iraniano Taremi começou por ver o amarelo depois de uma falta por Chiesa. Só que um minuto volvido , voltou a ver nova cartolina, já que o árbitro entendeu que o iraniano chutou a bola para a longe depois de uma falta de Marega sobre Demiral.

Com menos um homem, o FC Porto viu a Juventus acampar praticamente na sua área. O 2-1 'cheirou' logo ao minuto 57. Chiesa passou por Corona e atirou para a baliza, com Pepe a ser decisivo na hora do remate do italiano. A bola acabou por bater caprichosamente no poste. Mas o 2-1 e o golo do empate na eliminatória acabou mesmo por chegar ao minuto 63´. Grande cruzamento de Cuadrado, uns dos melhores na noite de Turim, com Chiesa a fuzilar com um cabeceamento Marchesín.

Restava ao FC Porto sofrer para segurar o resultado para assim poder discutir a eliminatória no prolongamento. A espaços, os azuis e brancos tentaram reagir. Ao minuto 78´, Ronaldo teve a hipótese de marcar, mas cabeceou desviado, depois de um cruzamento de Cuadrado. Aos 82´, Marchesín evitou o pior depois de uma grande jogada de Chiesa, com o remate a ser travado apenas por uma mancha do guardião portista. Aos 86´, Marega teve a chance de colocar uma pedra na eliminatória. Grande jogada do maliano: Recebeu, rodou e atirou à malha lateral.

Nos  minutos finais antes do tempo regulamentar deu ainda tempo para o perigo rondar a baliza de Marchesín. Primeiro houve um golo anulado a Morata, depois foi Cuadrado a atirar ao ferro, mas os dragões sobreviveram.

No prolongamento só restava sofrer. Com a Juve sempre na iniciativa, mas com um FC Porto carregado de raça e a tentar o milagre em Turim, mesmo a jogar com 10.

Com o tempo extra, a mesma toada. Juve com mais bola, a insistir nos cruzamentos para a área à procura da finalização dos homens mais adiantados. A muralha portista ia contendo os intentos dos italianos. Corona tentou ofereceu o golo a Marega aos 99´, mas o maliano cabeceou fraco para defesa fácil do guardião da Juve. Aos 103´, Ronaldo caiu perante Marchesín mas o árbitro mandou jogar.

Acabou por ser ao minuto 115´que chegou o golo da passagem do FC Porto. Livre para os portistas, com Sérgio Oliveira a encher-se de fé, a enganar a barreira e a atirar rasteiro batendo Szczesny. Os quartos estavam à vista, mas o encontro ainda não estava fechado. Dois minutos depois e Rabiot fez o 3-2 num desvio após cruzamento. Faltava um golo para a Juve dar a volta, mas a história haveria de ser feita. O FC Porto eliminava a Juventus e segue para os quartos de final da Liga dos Campeões. Uma das derrotas mais saborosas da história dos portistas.