Joga-se em Paris, no Stade de France, a partir das 20h00 deste sábado, mais uma final da Liga dos Campeões. Será que Real Madrid e Liverpool vão conseguir oferecer um 'clássico' para mais tarde recordar, como as cinco finais que agora recordamos de anteriores edições da 'Champions'?
Milan 4-0 Barcelona (1993/94): Dream Team ao fundo
A 'nova era' da Taça dos Campeeões Europeus (ou seja, a Liga dos Campeeões, ou UEFA Champions League, como o organismo máximo do futebol europeu lhe gosta de chamar, nasceu em 1992/93 e teve como vencedor o Marselha, que levou a melhor sobre o AC Milan, a quem era atribuído algum favoritismo para a final.
Ora os 'rossoneri' não terão gostado e redimiram-se logo no ano seguinte. Só que dessa vez não era eles os favoritos. Pela frente tinham o Barcelona de Joohan Cruyff, que todos apelidavam de 'Dream Team' e onde pontificavam jogadores como Guardiola, Romário e Stoichcov. A vitória, para muitos, era uma mera formalidade para os catalães. Só que no Milan, treinado por Fabio Capello, também não faltavam estrelas e ao intervalo a formação italiana já vencia por 2-0, cm um bis de Daniel Massaro. Na segunda parte, mais dois golos - um bonito chapéu de Deja Savicevic a Andoni Zubizarreta e um excelente remate de Marcel Desailly - ditaram a inesperada goleada e selaram o triunfo 'rossonero'.
Manchester United 2-1 Bayern Munique (1998/99): reviravolta épica nos descontos
"Football, bloody hell!". Foram estas as palavras de Alex Ferguson, ainda em êxtase, depois de ver o seu Manchester United levar a melhor sobre o Bayern de uma forma verdadeiramente épica. Os 'Red Devils' até eram vistos como favoritos, mas esperava-se uma final equilibrada e o Bayern foi melhor durante 90 minutos...só que não chegou!
Os bávaros marcaram a meio da primeira parte, por Mario Basler, continuaram a dominar e até enviaram uma bola aos ferros. Sóo que, à entrada para o período de descontos, com Schmeichell a subir também no terreno, o United beneficiou de um canto. Beckham bateu para a área e no seguimento do lance Teddy Sheringham fez o 1-1. Mas a turma inglesa não se ia ficar por aí e, volvidos apenas dois minutos, aos 90+3', outra vez na sequência de um canto de Beckham, Ole Gunnar Solskjaer fez o 2-1, quebrando os corações bávaros. Na memória ficam as imagens de Samuel Kuffour, defesa do Bayern, aos murros ao chão do relvado de Camp Nou, onde se jogou a final.
FC Porto 3-0 Mónaco (2003/04): A primeira de Mourinho e a única Liga dos Campeões lusa até à data
Numa temporada estranha, em que os colossos foram ficando pelo caminho ao longo das eliminatórias, a final foi tudo menos a esperada. Treinado por José Mourinho, o FC Porto, acabado de vencer a Taça UEFA na época transata, fez o impensável e conquistou também a Liga dos Campeões.
Pela frente, em Gelsenkirchen, os dragões tiveram um Mónaco onde pontificavam algumas estrelas (Morientes, Giuly, Rothen, entre outras), mas que cedo se percebeu não estar à altura da formação portuguesa. O brasileiro Carlos Alberto, com um grande golo, abriu o ativo a meio do primeiro tempo e a partir daí tudo foi fácil: na segunda parte, Deco dilatou a vantagem, antes de Alenichev fechar a contagem. Foi a primeira (e única até à data) Liga dos Campeões conquistada por uma equipa portuguesa. Mourinho, esse, viria a ganhar outra alguns anos depois.
Liverpool 3-3 Milan (vitória por 3-2 do Liverpool nos penáltis, 2004/05): O milagre de Istambul
Com nomes como Dida, Maldini, Kaká ou Shevchenko, o favoritismo para esta final, jogada na capita da Turquia, era claramente atribuído ao Milan. Ainda mais quando a turma italiana (que começou com Rui Costa no banco) marcou bem cedo. Maldini abriu o marcador logo no primeiro minuto, antes de Crespo (mais uma estrela) marcar por duas vezes à beira fim da primeira parte e levar o Milan a vencer por 3-0 para o intervalo.
Jogo feito e tudo normal, pensaram todos, com naturalidade. Mas o Liverpool tinha outras ideias: no espaço de sete minutos, entre os 54 e os 60, marcou por três vezes, por Steven Gerrard, Smicer e Xabi Alonso e levou a decisão para prolongamento e para os penáltis, com uma defesa verdadeiramente milagrosa do seu guarda-redes, Jesey Dudek, a negar o golo a Shevchenko pelo meio. Nos penáltis, os Reds marcaram três e o Milan só marcou dois...
Real Madrid 4-1 Atlético de Madrid (após prolongamento, 2013/14); 'La Décima' chegou em Lisboa, com muito drama à mistura
Ao fim de 12 anos de espera, o Real Madrid sagrou-se campeão europeu de clubes pela décima vez na História. Foi em Lisboa, no Estádio da Luz, num dérbi madrileno que esteve bem perto de ter outro desfecho. O Atlético, em busca da sua primeira Champions, marcou primeiro, ao s36 minutos, pelo central Godín. E foi resistindo e resistindo até quase ao fim ao poderio ofensivo de um Real que contava com o tridente 'BBC' (Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo) na frente.
Só que, quando o sonho da 'décima' parecia estar a fugir aos 'merengues', com três minutos para lá dos 90, Sérgio Ramos foi ao ataque mostrar como se fazia e empatou o encontro, levando a decisão para o prolongamento. Aí, com o Atlético desmoralizado, o Real fez o que quis e marcou por três vezes: Bale colocou a sua equipa na frente, Marcelo elevou para 3-1 e ainda houve tempo para Ronaldo fechar as contas, de penálti.
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