O Chelsea é o novo campeão europeu, depois de bater na final da Champions o Manchester City no estádio do Dragão. Um golo de Kai Havertz bastou para os 'blues' de Thomas Tuchel serem felizes.
29/05/2021 - Abria-se o pano sobre a final da Champions no Dragão. A segunda consecutiva em terras lusas, depois da atribuição da 'orelhuda' ter tido lugar no ano passado em Lisboa no estádio da Luz.
De um lado o estreante. Nunca o Manchester City tinha disputado uma final da Champions e voltou a não conseguir 'esconjurar' o azar dos estreantes que não conseguem 'meter a mão na Taça0. Do outro lado o Chelsea, que disputava a terceira final da liga milionária, depois de perder a de 2007/08, para o Manchester United (5-6 nos penáltis, após 1-1), e vencer a de 2011/12, face ao Bayern Munique (4-3, após 1-1).
Era a quarta final da competição mais importante de clubes em solo português, depois de uma no Estádio Nacional (vitória do Celtic sobre o Inter, em 1965/66) e duas no Estádio da Luz (triunfos do Real Madrid sobre o Atlético de Madrid, em 2014, e do Bayern Munique face ao Paris SG, sem público, em 2020).
O jogo de xadrez entre Tuchel e Guardiola
No citizens, Sterling foi a grande novidade na equipa orientada por Pep Guardiola, com dois portugueses a perfilarem-se em campo no onze titular, onde não morava nenhum médio defensivo. Com Gundogan, Bernardo Silva e Foden numa linha de meio campo claramente com os olhos na frente. Walker, Stones, Rúben Dias e Zinchenko no quarteto defensivo à frente de Ederson. Na frente, De Bruyne na proteção a Mahrez e Sterling. Já Tuchel apresentou o habitual esquema com Azpilicueta, Thiago Silva e Rudiger no centro da defesa, Reece James e Chilwelll nas alas. Jorginho e Kanté no miolo. Na frente, Havertz, Mount e Werner.
No dia 8 de maio, as duas equipas já tinham medido forças, com o Chelsea a levar a melhor por 2-1 na Premier League. Também os blues travaram o City, nas meias-finais da Taça de Inglaterra. Caberia à equipa de Pep Guardiola tentar inverter este ciclo negativo.
O banho tático de Tuchel a Guardiola
Partida de parada e resposta no Dragão nos primeiros minutos, com o Chelsea mais forte no arranque. O primeiro fogacho do jogo saiu do pé de Werner que num cruzamento remate fez a bola morrer nas mãos de Ederson. Respondeu o City, com Sterling a tentar o desvio, depois de desmarcado por Ederson.
Mas eram os blues que estavam a acutilantes e rotativos, fazendo uso de jogo interior eficaz. Contudo, faltou eficácia à equipa de Tuchel nas primeiras vezes que conseguiu próximo da baliza de Ederson.
Aos 10´, Havertz serviu Werner que atirou para defesa de Éder. Voltou a não estar de pé quente o alemão, pouco depois. Falha de Stones, Mount furou, deixou no compatriota que mais uma vez falhou na hora da finalização.
Com a equipa de Tuchel a amarrar a dinâmica do City, os blues tentavam fazer uso de uma das suas armas mais mortíferas: As transições. Contudo, os citizens estiveram perto do golo na resposta. Rudiger, o homem da máscara, viu-se obrigado a um corte milagroso ao impedir o tiro vitorioso de Foden.
Aos 39´, Thiago Silva, o experiente central viu-se obrigado a dar lugar a Christensen. Contrariedade para a equipa dos blues que ainda assim não abanou. Os adeptos cantavam o seu nome das bancadas, e que bom que foi ouvir de novo público no Dragão e recordar a importância do 12.º jogador.
Os londrinos como que inspirados pelo apoio, chegaram ao golo, no momento em que os especialistas dizem ser o melhor chegar à vantagem: Perto do intervalo.
Passe adocicado de Mount, Havertz arrancou, com Zinchenko parado. Isolou-se, passou por Ederson, e no ressalto atirou para a baliza deserta.
Veja o golo
O treinador que saiu a meio da época, que deixou o PSG, que não conseguiu manietar os egos da equipa francesa, depois de ter chegado à final da Champions no ano passado, estava perto de vencer a Champions.
As lágrimas de Kevin De Bruyne e o controlo tático do Chelsea
No segundo tempo, o Chelsea, com 14100 nas bancadas estava como queria. Na expetativa, à espera do adversário que reinou durante a temporada inteira na Premier League. E a sorte parecia não querer bafejar o emblema de Manchester.
Kevin De Bruyne saia por lesão, em lágrimas, num sinal de que a noite poderia não ser dos de Guardiola. Entrava Gabriel Jesus para o seu lugar.
Contudo, o rei da final era o Chelsea, a dominar em todos os capítulos do jogo, com um a equipa citizen sem rasgo e competência tática para bater a equipa de Tuchel.
Os de Manchester corriam atrás de prejuízo, e pediam penalti aos 61´, por mão de Reece James. Bernardo, desinspirado, saia para dar lugar a Fernandinho, com o City demasiado macio para impedir a maior força atacante do Chelsea.
Com Pulisic a entrar para o lugar de Werner, o primeiro poderia ter 'matado' de vez a contenda, depois de uma finalização com tudo para fazer o golo, depois de transição espectacular de Havertz.
O Chelsea jogava a pensar na 'orelhuda' num coletivo sem estrelas mas com matéria prima. Uma realidade muito diferente da parisiense.
Guardiola lançava Aguero, Tuchel respondia com Kovacic. O City tentava o último raide, Foden ainda esteve perto do golo, mas a muralha blue não dava hipótese.
O Chelsea leva a Taça para casa com mérito e é o novo campeão europeu. Ficaram as lágrimas de Aguero, que chorou já que vai deixar o City. E sem nenhuma orelhuda no bolso...Final bonita no Dragão. E que o público regresse rápido às bancadas.
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