O Benfica confirmou a passagem aos play-off de acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões ao vencer esta noite no terreno da Juventus por 2-0, na 8.ª e última ronda da fase regular da prova.

Pavlidis e Kokçu fizeram os tentos dos encarnados, a coroar uma bela exibição do Benfica, numa casa onde costuma ser feliz: em cinco jogos na casa da Juventus, o Benfica venceu três, perdeu um e empatou um. Foi a sétima vitória dos ‘encarnados’ em nove encontros com o conjunto de Turim.

Com o triunfo e os outros resultados, o Benfica termina a fase de Liga no 16.º lugar, o que lhe permite ser cabeça de série no sorteio dos play-off. Brest ou Mónaco, um deles será o adversário do Benfica no play-off. Se passar, Benfica medirá forças com Barcelona ou Liverpool nos oitavos de final.

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A matemática dizia que um empate bastava, mas neste mundo do futebol, quem joga para empatar, acaba inevitavelmente por perder. Numa casa de boa memória, o Benfica só tinha de repetir três dos quatro resultados alcançados no terreno da Vecchia Signora nas provas da UEFA.

A derrota diante do Casa Pia foi enterrada no passado, pelo que o técnico Bruno Lage fez muitas alterações, com Bah a entrar para lateral esquerda no lugar do castigado Carreras, Pavlidis de volta ao onze no posto do também castigado Arthur Cabral. Tomas Araújo voltou à lateral direita, Akturkoglu deu lugar a Schjelderup e Aursnes ocupou o posto de Leandro Barreiro.

Defesa da 'Juve' a 'meter água'

Os primeiros minutos foram frenéticos, com o perigo a rondar as duas balizas.

Logo aos 32 segundos, Pavlidis ficou a centímetros de desviar um centro de Di Maria. Aos dois minutos é Schjelderup a falhar uma grande oportunidade, após mau passe de Kalulu na saída. O jovem nórdico dos encarnados voltou a ter o golo no pé, aos sete, em mais uma perda de bola dos transalpinos, mas viu o seu remate travado com o pé pelo guardião Mattia Perin. Era preciso meter a bola dentro da baliza.

Num jogo que anunciava vários golos, tantas eram as oportunidades, a Juventus também ameaçou nesses primeiros minutos de loucos. Foi aos dois minutos quando Trubin teve de se aplicar para negar o tento a Mbangula, após grande cruzamento de Francisco Conceição.

O Benfica passou das ameaças aos atos, aos 12 minutos. Passe longo de Otamendi, Bah a antecipar-se a Gatti e a deixar em Pavlidis que rematou de pronto para o fundo das redes. Um golo simples que explorava, mais uma vez, os muitos erros defensivos dos italianos.

Era preciso colocar 'gelo' no jogo, de um lado e do outro, e foi isso que se verificou. A Juventus, com mais calma nas saídas, a tentar um futebol mais apoiado, e o Benfica sem a vertigem dos primeiros minutos. A pressão estava do lado italiano.

No entanto, era importante transformar em golo as oportunidades criadas. Pavlidis podia ter bisado no jogo aos 36 minutos, mas o desvio de cabeça, fraco, acabou nas mãos de Perin. Aos 45+2, nova oportunidade para o grego: Benfica a recuperar a bola em zona subida após maus passe de Gatti, Aursnes disputou a bola com Locatelli, que foi ter com o grego que, isolado, rematou para uma fantástica defesa do guarda-redes da Juventus.

Thiago Motta que já tinha sido obrigado a mexer na defesa aos 16 minutos, quando trocou o lesionado Kalulu por Locatelli, tinha de fazer algo no jogo. A equipa estava nervosa, sentia o golo dos encarnados, e pouco ou nada criava. Defensivamente, o Benfica estava bem, solidária, a ganhar a maior parte dos duelos, com destaque para Florentino, muito em cima do irreverente Kenan Yildiz.

Juventus cresce e pressiona, Benfica 'mata' em contra-ataque

O arranque do segundo tempo não diferiu muito do primeiro: a Juventus tinha pressa em chegar ao golo, o Benfica tinha como sair em contra-ataque. Trubin foi chamado à ação aos 50 e 59, para travar os disparos de Mbangula e Kephren Thuram. No minuto 59 é Yildiz a estar perto do golo, mas o seu remate ficou nas malhas laterais.

Thiago Motta viu a sua equipa a crescer, a empurrar o Benfica, mas queria mais. Colocou em campo Nicolas González e Koopmeiners nos postos de Mbangula e Thuram, a equipa cresceu.

Respondeu Bruno Lage, com Di Maria e Schjelderup rendidos por Leandro Barreiro e Aktürkoğlu. Era preciso mais um elemento na zona central para estancar as investidas transalpinas e alguém capaz de levar a equipa para a frente.

Era preciso resistir, face ao crescimento da Juventus, mas também era importante atacar, coisa que o Benfica deixou de fazer, exceto dois remates de Kokçu para fora, aos 52 e 66 minutos.

Bruno Lage acertou nas mexidas já que Leandro Barreiro veio dar uma nova dinâmica nas saída dos encarnados, como se viu aos 76 minutos. Pena o seu remate ter sido feito com pouca força, para as mãos de Perin.

O desespero levava a Juventus a insistir em cruzamentos e bolas despejadas para a área, controladas quase sempre pela defesa encarnada. E quando passava uma, estava lá Trubin, como se viu aos 75 minutos, num desvio subtil de Douglas Luiz.

Aos 80 minutos o Benfica gelou o Allianz Stadium com o 2-0, marcado por Kokçu, a concluir uma jogada coletiva de se lhe tirar o chapéu. Condução de Aursnes pela direita, passe para o meio para Akturkoglu, que  simulou e deixou a bola para Kokcu que atirou colocado para o 2-0. Que jogada!

Depois foi só gerir com bola, perante uma Juventus resignada, que nunca teve argumentos para se superiorizar ao Benfica. No final, só se ouviam os adeptos encarnados no Allianz Stadium.

Após o desaire com o FC Barcelona (4-5) na ronda anterior, a formação comandada por Bruno Lage fez o que precisava e manteve uma posição entre os 16 que vão disputar o play-off de acesso aos oitavos de final.

O Mónaco ou o Brest, um deles será o adversário no play-off. Se passar, Benfica medirá forças com Barcelona ou Liverpool nos 'oitavos'.

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