Na Liga tem 'virado passeio', expressão em tempos utilizada por um célebre comentador brasileiro aquando da goleada do Alemanha à canarinha em pleno Mundial do Brasil. Eis que chega Bruno Lage, e coloca o Benfica no caminho dos bons resultados e boas exibições. Só na Europa, o técnico tem tido algumas 'azias', tendo averbado na competição milionária as únicas derrotas, até agora: Frente a Feyenoord e Bayern, e agora o primeiro empate. Já se sabe que a 'Champions' é 'outra loiça', mas os últimos resultados da equipa - e também o abaixamento dos rivais - têm dado esperança à falange encarnada.
O adversário parecia propício: O Bolonha, 33.º da fase de liga, equipa que ainda não tinha somado uma única vitória na fase regular, mas com os 'italianos' nunca fiando, e essa máxima confirmou-se.
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Comandados por Vincenzo Italiano, o Bolonha conta nas suas fileiras com jogadores de qualidade, um nível digamos bastante diferente da classe média da Primeira Liga portuguesa. O timoneiro da equipa da Série A mexeu muito, nada mais nada menos do que oito mudanças para o embate na Luz. Bruno Lage mudou uma pedra, com o regresso de Kokçu ao miolo após castigo.
Primeira parte morna e com poucas oportunidades
O Benfica não podia ter tido melhor início de partida, Di María descobriu Kokçu que atirou para o fundo das redes, com um toque subtil, mas o lance acabou por ser anulado por fora de jogo.
Só que o momento de desatenção não intimidou os bolonheses e não deu azo a traumas. Numa saída a dois, sempre a tentar descobrir o seu organizador Fabbián, os italianos chamaram para si o controlo do esférico, sempre com uma circulação muito criteriosa. Fabbian, de fora da área, deu o primeiro aviso, antes de Trubin ter sido obrigado a aplicar-se para negar o golo dos italianos.
Perante uma equipa italiana muito compacta, com uma pressão média baixa, o Benfica tinha dificuldade em ligar setores, face à agressividade positiva do oponente, a dar poucos espaços e a não permitir aos encarnados explanar o seu jogo.
Face a um primeiro tempo sem grandes oportunidades, mais tático e com as duas equipas muito encaixadas, que normalmente o público não aprecia, o Benfica criou a primeira grande oportunidade já perto do intervalo. Jogada de Carreras, a passar por um adversário e depois a rematar para defesa de Skorupski, um dos protagonistas da noite.
Na noite fria da Luz, o segundo tempo abriu praticamente com uma oportunidade para os italianos. Perda de bola de Otamendi para o veloz Dallinga, mas ao dianteiro faltou clarividência para bater Trubín.
Já próximo da hora de jogo, o Bolonha baixou a linha defensiva, e a equipa do Benfica começou a sentir-se mais confortável com bola. O golo podia ter surgido ao minuto 59´. Situação para Bah, num cruzamento venenoso, que quase traia o guardião dos italianos.
Os herdeiros do 'catenaccio' são sempre solidários na transição defensiva, e se não o explanam em campo, não perdem essa capacidade de se manterem compactos lá trás. Ao minuto 66´, o Benfica esteve novamente perto de abrir o ativo. Cruzamento de Aursnes para a área, defesa incompleta do guarda-redes, Pavlidis disparou na recarga, mas Skorupski com uma defesa espectacular evitou o golo.
Lage mexeu no tabuleiro, saíram Andouni e Aktürkoğlu, os intentos mantiveram-se os mesmos: Ferir os italianos. Vicenzo respondeu com quatro trocas, mas era o Benfica que mais tentava fazer a diferença no último terço. Amdouni tentou desfazer o nulo com uma jogada individual, mas a parede polaca voltou a dizer não. Mesmo quando Kokçu, do meio da rua, tentou fazer a diferença. A noite era dele, a de Skorupski, e a certeza de que a sua baliza se manteria a zeros.
Os encarnados caíram para a 15.ª posição, com 10 pontos, mas ainda dentro da zona de play-off e em igualdade com outras quatro formações, com os mesmos pontos do Sporting, que é 17.º. O Bolonha é 33.º, com apenas dois pontos. Na próxima jornada, o Benfica vai receber o Barcelona a 21 de janeiro de 2025.
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