O Benfica esteve a ganhar por 2-0 até minuto 89, mas não conseguiu resistir à avalanche dos alemães nos minutos finais e empatou a duas bolas. Com este resultado, os encarnados estão fora da próxima fase da Liga dos Campeões.
Mais posse, mais remates, mais situações. Normalmente isso traduz o domínio de um equipa sobre a outra num jogo de futebol, mas nem sempre estes números se traduzem no resultado final. Esta suposição estava certa até aos instantes finais da partida, mas o Leipzig acabou por dar a volta ao texto. Contudo, só se tem que elogiar a personalidade da equipa de Bruno Lage frente a um adversário com muitos argumentos coletivos.
Quando Julian Nagelsmann, na antevisão da partida frente ao Benfica, dizia que "às vezes David vence Golias", resume bem o que tem sido a ascenção desde emblema com menos de uma década de existência. O apoio de um grande marca a nível mundial, a Red Bull, e uma forte política desportiva com aposta e potencialização de jogadores jovens tem dado os seus frutos. O Leipzig é nesta altura o segundo classificado da Bundesliga e é a equipa com mais golos. Sem os pergaminhos históricos do Benfica, o Leipzig também é gigante no investimento: São 255 milhões nos últimos três anos.
Bruno Lage tinha dito na antevisão da partida com o Leipzig que ia apostar nos melhores e ao contrário do que aconteceu nas partidas anteriores da Champions, o técnico do Benfica colocou as fichas todas na experiência. Por exemplo, André Almeida fez a sua estreia nesta edição da Liga dos Campeões. Taarabt e Carlos Vinicius também entraram no onze.
Personalizado, com boa circulação e seguro nas transições foi assim o Benfica na noite de Leipzig. A equipa encarnada aproveitou bem o adiantamento da equipa treinada por Nagelsmann, que inicia o ataque a partir de trás.
O Leipzig foi a primeira equipa a criar perigo. Ao minuto 6´, depois de uma atrapalhação de Taarabt e Ferro, Forsberg em boa posição atirou por cima.
Com mais bola, a equipa alemã tentava abrir brechas na defensiva do Benfica e criou novamente uma situação, por intermédio de Timo Werner, seis minutos volvidos, depois de um cruzamento atrasado de Leimer.
Mas sem se atemorizar com a maior iniciativa adversária, o Benfica chegou ao golo à passagem do minuto 20´. Contra-ataque rápido, com Taarabt a tabelar com Vinicius, a bola sobrou para Pizzi que fuzilou de pé esquerdo, depois de um corte defeituoso de Upamecano.
Contudo, um golo de vantagem frente a uma equipa como é a do Leipzig é sempre ténue. No minuto seguinte, os alemães quase chegaram ao empate. Forsberg serviu Nkunku, que com tudo para fazer, finalizou para a defesa de Vlachodimos.
Antes do intervalo, o Leipzig ainda reclamou uma grande penalidade. Sabitzer chegou a atirar a contar, mas o lance não valeu.
Já quase no 'gongo' do descanso, Pizzi num pontapé em arco esteve perto do 2-0, com a bola a bater caprichosamente no poste.
Na segunda parte, um objetivo passava pela cabeça das águias, chegar ao 2-0 para tentar obter vantagem no confronto direto com os alemães.
O segundo tempo iniciou-se novamente com a pressão alta da equipa casa, e foi esse adiantamento no terreno que o Benfica aproveitou mas dilatar a vantagem.
Solicitação de Taarabt, Klostermann escorregou, Vinicius fugiu e frente a Gulácsi não falhou.
Mais confortável e em cima de uma vantagem de 2-0, o Benfica não podia no entanto descansar sobre o resultado. Ao minuto 75´, Patrick Schik que entrou na segunda parte teve o golo à mercê frente a Vlachodimos, mas tentou adornar o lance e o chapéu saiu por cima.
Pedia-se concentração e coração para o Benfica aguentar a vantagem e poder somar os três pontos na Alemanha.
Raul de Tomás, que entrou na segunda parte, esteve à beira de um golo de bandeira, num tentativa de chapéu de meio-campo, mas o guardião da casa fez uma defesa extraordinária.
O Leipzig conseguiu reduzir ao minuto 89, numa grande penalidade convertida por Forsberg, depois de uma falta de Rúben Dias.
Com 9 minutos de tempo de compensação, o jogo ainda parecia eterno face à capacidade ofensiva dos alemães. E ao minuto 96´, o Leipzig chegou mesmo ao empate, depois de um cabeceamento de Forsberg.
O Benfica precisava de ganhar, teve a vitória na mão, mas acabou por ter um final inglório. Os encarnados estão fora da próxima fase da Liga dos Campeões, mas ainda podem sonhar com a Liga Europa.
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