
O Benfica garantiu um lugar nos oitavos de final da Liga dos Campeões, ao empatar 3-3 com o Mónaco na Luz, esta noite, na 2.ª mão do play-off. Os encarnados passam a próxima fase, valendo-se da vitória na semana passada em casa dos monegascos por 1-0.
Pavlidis, Kokcu e Akturkoglu marcaram para o Benfica. Ben Seghir, Minamino e Ilenikhena marcaram para os monegascos.
Nos oitavos de final, o Benfica irá medir forças ou com o Liverpool ou com o Barcelona.
FOTOS: O Benfica-Mónaco em imagens
Bruno Lage contou com Tomás Araújo e Aursnes, que não jogaram no fim-de-semana devido a pequenas lesões, lançando os dois no onze, que não contou com o castigado Florentino, além os lesionados, Di Maria, Manu, Bah, Renato Sanches e Tiago Gouveia.
Os castigos de Al Musrati, Vanderson e Zakaria e as lesões de Golovin, Magassa e Balogun levaram o técnico austríaco Adi Hutter a fazer várias alterações no onze, em relação à equipa que perdeu no Estádio Luís II frente a este Benfica. O Mónaco apresentou-se na Luz num 3-5-2, com Minamino e Embolo na frente, com os Eliesse Ben Seghir e Maghnes Akliouche encarregues da criatividade no meio-campo ofensivo.
Como parar Ben Seghir e Akliouche?
Muito do que o Benfica ia tirar do jogo ia depender da forma como iria travar os criativos Eliesse Ben Seghir e Maghnes Akliouche, a servirem a mobilidade de Minamimo e o poço de forças que é Embolo. Travar este quarteto era meio-caminho andado para confirmar os 'oitavos'. Mas era preciso faze-lo.
O Benfica até deu o primeiro sinal de perigo logo no arranque do jogo, aos dois minutos, num cabeceamento de Pavlidis após livre de Kokcu que o guardião Majecki amarrou. A Luz gostou, aplaudiu e.... passou a ver o Mónaco explanar o seu futebol.
Aos quatro minutos, Embolo ficou perto de marcar, mas Trubin chegou primeiro e desviou a bola, que Minamino atirou às malhas laterais, na recarga. Aos 7, o ucraniano teve de se aplicar para evitar o golo de Diatta após falha de Carreras. O Mónaco mostrava ao que vinha, o Benfica tinha de se precaver.
Se defensivamente era preciso estar atento aos avançados e criativos monegascos, ofensivamente o Benfica podia aproveitar as debilidades da defesa de Adi Hutter. Zakaria, o patrão do meio-campo, não estava, assim como o lateral/ala brasileiro Wanderson. Foi num desses erros, do central Singo, que o Benfica marcou, aos 22 minutos. Perda de bola em zona perigosa, Leandro Barreiro meteu em Pavlidis que segurou antes de centrar ao segundo poste para a entrada em carrinho do 'Harry Potter' Kerem Akturkoglu para o fundo das redes, para delírio dos benfiquistas nas bancadas. 2-0 na eliminatória e tudo bem encaminhado.
A superioridade do Mónaco em campo teve efeitos aos 32 minutos, quando Embolo ganhou no corpo a corpo com Otamendi e viu Minamino chegar para rematar ao primeiro poste. A bola bateu no esquerdo de Trubin e entrou. Mal o ucraniano. Nesse mesmo minuto, Embolo tinha atirado ao poste, de cabeça, a centro de Diatta.
O mesmo Embolo voltou a falhar aos 38 minutos, num cabeceamento por cima, e aos 45+3, num lance de três para dois: Akliouche deixou-o sozinho para marcar, mas o avançado helvético pegou muito mal na bola perto da pequena área, atirando por cima. Falhanço incrível!
Mónaco vira, Trubin não ajuda
O segundo tempo arranca com Bem Seghir a testar os reflexos de Trubin, aos 47, anunciando o que chegaria quatro minutos depois. Fantástico o desenho ofensivo do Mónaco pela esquerda, com Embolo a deixar a bola passar na área com uma simulação para um remate de primeira, colocado, de Ben Seghir, para um golaço. Trubin ficou a ver.
O nervosismo do Benfica chegava às bancadas quando, uma sucessão de passes falhados levou metade do estádio a assobiar e outra metade a aplaudir, na tentativa de resgatar a equipa. O Benfica precisava dos seus adeptos para sair do aperto e ir em busca de nova vantagem na eliminatória. Lage respondeu do banco, trocando os extremos Schjelderup e Akturkoglu por Amdouni e Dahl.
Penálti na hora certa
Com a eliminatória empatada, o Benfica foi à procura do seu objetivo. Cresceu no jogo, principalmente pelo seu lado esquerdo, numa altura em que o Mónaco dava sinais de quebra física. Foi desse lado esquerdo que Amdouni fez uma arrancada, deixando vários adversários para trás até entrar na área. Na confusão para afastar a bola, Kehrer acertou no pé de Aursnes. O árbitro sueco Glenn Nyberg assinalou grande penalidade, que foi depois confirmar no monitor após conversa com o VAR Rob Dieperink, o neerlandês que também fez de video-árbitro no polémico Benfica 4-5 Barcelona. Pavlidis atirou uma 'bomba' para o meio da baliza e empatou o jogo aos 76 minutos, colocando o Benfica de novo na frente da eliminatória.
Aos 81, Otamendi perdeu no corpo a corpo com George Ilenikhena, acabado de entrar, o avançado sub-21 francês foi para a área, rematou de pé esquerdo para o meio da baliza e Trubin... deixou a bola passar, para o terceiro do Mónaco. Muito mal o ucraniano, novamente com culpas no golo dos monegascos.
A resposta do Benfica foi letal, com o 3-3, de Kokcu aos 84 minutos, a antecipar-se ao guarda-redes num centro fantástico de Carreras. Loucura na Luz.
Nos descontos, o árbitro marcou nova grande penalidade para o Benfica, mas voltou a ir ao monitor, alertado pelo VAR. Reviu a jogada e anulou a grande penalidade, para desespero dos adeptos encarnados. Depois foi meter todos na área a segurar o resultado até ao apito final, num jogo onde o Mónaco foi claramente superior ao Benfica. Mas quem segue em frente são os encarnados.
Nos oitavos de final o Benfica vai medir forças ou Liverpool ou FC Barcelona, sendo que esta época as 'águias' perderam em casa com os espanhóis na fase de liga (5-4), em jogo com arbitragem polémica.
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