Acabou a fantástica campanha do Lyon na Liga dos Campeões. Os franceses foram derrotados pelo Bayern Munique por 3-0, na meia final da prova, num encontro que decorreu no estádio de Alvalade, à porta fechada. O Lyon entrou melhor, desperdiçou três grandes oportunidades, e acabou castigado pela eficácia alemã. Gnabry bisou, Lewandowski marcou e está a dois de igualar recorde de Cristiano Ronaldo num ano de Champions. Os bávaros venceram todos os jogos disputados na Champions esta época.
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Por muito pormenorizado e fantástico que seja a preparação de um jogo por parte de um treinador, são sempre os jogadores quem decidem em campo se a estratégia é boa ou não. Deve ter isso que pensou Rudi Garcia, no final do Lyon-Bayern Munique, que terminou com a vitória dos bávaros e um lugar na final da Liga dos Campeões, frente ao PSG.
À partida, este Lyon-Bayern Munique seria o jogo mais desequilibrados das meias finais da Liga dos Campeões. Pela história, pelo plantel das duas equipas, pela época que cada uma realizou. Mas o Bayern sabia que não podia facilitar. Quem eliminou a Juventus (critério dos golos fora) e o Manchester City (3-1 nos quartos de final, com golos em contra-ataque), dois dos principais candidatos a ganhar a prova, tinha de ser levado muito a sério.
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A aflição deve ter tomado conta de Hans-Dieter Flick nos primeiros minutos, quando viu o adversário criar três situações claras de golo.
Os de França tiveram uma entrada de 'leão' no encontro. Aos quatro minutos, Caqueret lançou Depay entre os centrais bávaros, o holandês isolou-se perante Neuer mas ficou tão perturbado com o gigante alemão que atirou às malhas laterais, numa jogada onde tinha tudo para marcar.
Aos 14 só um corte fantástico de Boateng impediu que Cornet servisse Depay na área, já pronto para fazer golo. Aos 17 é Ekambi a fugir aos centrais, a ganhar na dividida a Davies e a rematar ao poste. Na recarga, deu mal na bola e falhou. Três oportunidades flagrantes que o Bayern haveria de castigar de forma cruel.
Com uma defesa subida, tal como gosta, uma pressão em todo o terreno, o Bayern tentava ganhar a bola em zonas muito subidas, impedindo a saída do Lyon para a o ataque. Só que nos primeiros 20 minutos o Lyon estava a conseguir ligar o jogo e lançar os avançados, que ganhavam aos centrais Boateng e Alaba.
Depois de o português Anthony Lopes ter negado o golo a Goretzka aos 11 minutos (remate mal feito que quase entrada), o Bayern marcou, num golaço de Gnabry. Kimmich lançou Gnabry na direita, o extremo recebeu e fletiu para o meio em velocidade, deixando adversários para trás. À entrada da área, rematou forte e com o pé esquerdo, abrindo o ativo. O Bayern marcava no melhor período do Lyon.
A noite em Alvalade era de Gnabry mas não era de Lewandowski. O polaco não estava a ser feliz na finalização, como mostrou aos 34 minutos. Jogada pela esquerda, centro de Perisic para o Lewandowski que falhou de forma incrível. Apareceu, rapidíssimo, Gnabry a encostar para o 2-0 na pequena área.
O jogo do Lyon pedia algo diferente na segunda parte. Rudi Garcia trocou Bruno Guimarães por Thiago Mendes ao intervalo e Depay por Dembelé aos 58. O herói dos quartos de final entrava para tentar o que fez frente ao City (saltou do banco para marcar dois golos) mas era Ekambi quem continuava a desperdiçar as oportunidades dos franceses. Aos 58 minutos, Dembelé lançou Ekambi na área mas o camaronês, sozinho, rematou contra a perna de Manuel Neuer. Mais uma perdida incrível do avançado, ex-Villarreal.
Flick, que já tinha trocado Boateng por Sule ao intervalo, refrescou a sua equipa, com Coman no lugar de Perisic, Philippe Coutinho no posto de Gnabry e os franceses Tolisso e Pavard nos lugares de Thiago Alcântara e Goretzka.
Rudi Garcia procurou todas as formas de contrariar a superioridade do Bayern. Fez entrar o jovem Cherki e ainda Tete e Reine-Adelaid para os lugares de Fernando Marçal, Caqueret e o perdulário Toko Ekambi, para dar mais frescura e poder atacante à equipa.
Com o Bayern a controlar, só Coutinho tentava mexer mais com o jogo. Tentou o golo num remate em arco aos 79. E aos 80 colocou mesmo a bola no fundo das redes mas o lance foi anulado por fora de jogo.
Não marcou Coutinho, marcou Lewandowski, depois de muito falhar, aos 88 minutos. Na sequência de um livre lateral bem estudado, o gigante polaco fugiu à marcação, subiu mais alto que Marcelo e fez o golo 68 na Liga dos Campeões, o 15.º nesta edição da Champions, o que faz dele o melhor marcador da prova. O avançado polaco fica a dois golos de se afirmar como o melhor marcador num só ano da Champions. Em 2013/14, o português Cristiano Ronaldo apontou 17 tentos nessa edição. Lewandowski vai nos 55 golos esta época, 34 deles na Bundesliga.
O Lyon volta a cair numa meia final de uma Champions pela segunda vez, em ambas derrotado pela equipa germânica. A equipa de Rudi Garcia fica assim fora das provas da UEFA em 2020/21, uma vez que terminou a Liga Francesa no 7.º posto. Desde 1996/97 que o Lyon não falhava as provas da UEFA.
Na final, o Bayern Munique vai medir forças com o PSG, formação que afastou o Leipzig na meia final, vencendo por 2-0. O Bayern vai procurar o sexto título da sua história, depois das vitórias em 1974, 1975, 1976, 2001, 2013. O clube bávaro já perdeu cinco finais da Taça/Liga dos Campeões: 1982, 1987, 1999, 2010, 2012. Já o PSG está à procura da sua primeira vitória na Champions.
Os bávaros somam por vitórias todos os jogos disputados esta época na Liga dos Campeões.
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