Sabia-se em primeira mão que um enorme fosso separava estas duas equipas, mas não se esperava que elas ficassem tão extremadas num embate que esteve sempre demasiado desequilibrado. Nunca o Sporting de Rúben Amorim tinha enfrentado uma equipa deste calibre, e face às declarações do treinador do Sporting no final do jogo, até se pode inferir que poderão haver mudanças táticas para a segunda mão em Manchester.

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No encontro frente ao City, o Sporting nunca teve tempo para respirar, assentar o seu jogo, já que se viu em desvantagem logo a abrir. E por mais que se estude esta equipa de Guardiola, têm sempre a solução para encontrar os espaços, descobrir a profundidade, e tomar as melhores decisões no momento certo. E lá está, são exímios a aproveitar os erros do adversário, não permitindo  aos oponentes respirar em posse. Tremenda foi também a eficácia, com cinco golos averbados em seis remates.

O golo de Mahrez, confirmado pelo VAR, travou os ímpeto dos de Alvalade, e o City através de jogadas simples solicitando os extremos, municiou da melhor forma a finalização dos jogadores que apareciam na zona central. Também terá sido um dos piores jogos (de que há memória) dos leões a nível ofensivo.

O conjunto inglês não só dominou no capítulo da posse, como não deixou o Sporting sentir-se confortável nas transições, um momento em que a equipa costuma ser letal. Por outro lado, os lusos também acumularam erros e não foram a equipa sólida que costumam ser.

No duelo com o City, Amorim quis encarar sem medo o adversário, apostou em Matheus na esquerda da defesa e não reforçou o meio campo, deixando Palhinha e Matheus Nunes no miolo. O Sporting acabou por sentir essa menor ocupação de espaços nessa zona do terreno, e sofreu muito para lidar com a velocidade e dinâmica dos visitantes. Mas fosse qual fosse o antídoto, seria praticamente impossível parar esta equipa de Guardiola. Curiosamente, o Sporting até teve espaço para sair com a bola controlada, mas no meio campo foi autenticamente 'abafado' pelos jogadores de Guardiola.

Por volta da meia hora, o Manchester City já vencia em Alvalade por 3-0, depois dos golos de Mahrez, Bernardo e Foden. Antes do intervalo, o internacional português viria a bisar servido por Sterling.

Na segunda parte ficou na retina o golo de Sterling. O Sporting até tentou ser mais afoito com bola, mas o objetivo principal passava por conter os estragos no que diz respeito ao avolumar do marcador, até porque o desfecho já tinha sido ditado no primeiro tempo.

Momento

Difícil escolher, mas o golo de Mahrez aos 7´, que foi validado pelo VAR, desmoraliza a equipa que joga em casa e que se vê a perder tão cedo na partida. Acaba por mexer com a confiança dos jogadores, inevitavelmente.

Melhores

Bernardo Silva

Foi um dos protagonistas maiores na noite de Alvalade. Fez o 2-0, num remate portentoso que ainda bateu na barra antes de entrar, e o bis chegou no final da primeira parte depois de assistência de Sterling. Ainda marcou mais um tento na segunda parte, que foi anulado e foi o autor do passe que antecedeu o golaço de Sterling.

Porro

Tentou dar um ar da sua graça, com várias iniciativas na primeira parte. Ficou na retina a forma como passou por Cancelo numa jogada. Acumulou também várias perdas de bola, mas a noite não era a do Sporting.

Sterling

Autor do momento da noite com um remate portentoso. Impressionou com a sua cadência e velocidade que pareciam de outro planeta. Ainda fez a assistência para o segundo golo de Bernardo Silva.

Reações

Rúben Amorim elogia jogadores: "Aquela segunda parte não é jogar futebol, é sofrer"

Matheus Nunes diz que City "foi uma das equipas mais difíceis de defrontar", Coates agradece apoio dos adeptos

Guardiola, o resultado que foi "um sonho" e os elogios a Bernardo: "Os pais têm de ter orgulho nele"