Seria vencer, empatar ou fazer as contas à portuguesa para garantir a continuidade na Champions. Esta fase de Liga foi feita de altos e baixos para o campeão nacional. Iniciou de forma avassaladora, seguiram-se três derrotas, e na última jornada um empate seria o suficiente para garantir a qualificação. Mas esta competição não é o futebol de sábado com amigos, é o sonho de qualquer jogador que se preze. Pela frente, uma equipa já eliminada, mas bem organizada e composta de bons valores individuais. Já na Luz, 'in loco', já tínhamos testemunhado as dificuldades que os 'rossoblú' tinham causado ao Benfica.
Para este jogo, Rui Borges já tinha avisado que os leões não poderiam contar com Gyokeres. O sueco tem estado limitado, e é necessário resguardá-lo para o que resta da temporada. Morita, a braços com problemas físicos, também era baixa, surgindo Debast na posição. Borges tentou compor uma equipa com déficit físico e qualitativo face à ausência de jogadores basilares. Harder era a referência ofensiva.
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O Bolonha é uma equipa de choque, forte nos duelos, e que faz uma pressão alta sobre o adversário, e o Sporting teve dificuldade para dividir o jogo com o adversário. E quem é mais forte, a nível físico, normalmente faz a diferença nas bolas paradas. Veja-se o primeiro lance de perigo do jogo, um cabeceamento ao ferro, de Beukema.
Os leões tentavam circular e assentar o seu jogo, mas os italianos não o permitiam, estancando o jogo pelas alas, onde Catamo fora da posição, marcava apenas figura de corpo presente. Só através da procura da profundidade o Sporting se conseguiu aproximar do último terço na primeira parte. Aí Harder conseguiu dividir os duelos, pecando no entanto na finalização, em duas situações em que foi servido por Daniel Bragança e Trincão.
O Bolonha respondeu e chegou ao golo numa bola parada. Canto apontado do lado direito, a bola acaba por sofrer um desvio, e na pequena área, Tomaso Pobega atirou para o fundo da baliza.
Ainda que continuasse a demonstrar incapacidade para se superiorizar ao adversário, Hjulmand esteve próximo do golo, num cabeceamento, num lance que acabou por ser anulado por falta sobre o guarda-redes.
No segundo tempo voltou a verificar-se que o futebol do Sporting continuava paupérrimo, mesmo tendo em conta os condicionalismos, que se traduzem no calendário e nas constantes lesões. Pressentia-se que os italianos estavam mais próximos de dilatar a vantagem do que propriamente permitir o empate. Borges teve que mexer. Debast lesionou-se e foi para jogo João Simões.
Israel, ao minuto 52, negou o golo a Pobega, e segurou a esperança. Face aos resultados que sopravam ao ouvido na noite europeia, era certo que a continuidade em prova dependeria de um resultado positivo.
O golo do empate acabaria por chegar: João Simões furou na esquerda, cruzou, e Harder conseguiu finalizar para o fundo das redes. Um golo que valeu o apuramento para o playoff. Pela frente o Sporting terá o Dortmund ou a Atalanta.
Momento
O minuto 77. O Sporting estava eliminado face aos resultados de City e Dínamo de Zagreb e seria necessário um momento de inspiração para resgatar a continuidade europeia. A jogada foi construída por João Simões, e Harder, num golo em esforço, garantiu o playoff.
Melhores
João Simões
Que semana para João Simões. O menino de 18 anos foi gabado por Rui Borges, que lhe reconheceu liderança, maturidade e identificação com a equipa. O azar de Debast permitiu a entrada de Simões. Arrancou da esquerda, e acabou por oferecer o golo ao dianteiro sueco.
Franco Israel
Chamado para render Rui Silva, que não está inscrito na Champions, deu garantias. Tapou os caminhos da baliza, demonstrou segurança e impediu o segundo de Pobega, que seria o canto do cisne para o Sporting.
Tommaso Pobega
Inaugurou o marcador em Alvalade, num golpe de cabeça, mas foi mais do que isso. Ganhou muitas vezes os duelos a Bragança e Hjulmand, e na segunda parte teve o segundo nos pés que só foi parado por Franco Israel.
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