O Sporting saiu da Alemanha de cabeça erguida, apesar da derrota por 1-0 sofrida no terreno do Borussia Dortmund, num jogo em que se apresentou a um nível bem mais alto do que aquele que havia exibido há duas semanas dias, no regresso à Liga dos Campeões, quando se viu copiosamente derrotado pelo Ajax em pleno Estádio José Alvalade.

Não deixa, contudo, de ser uma derrota. A segunda em dois jogos no Grupo C, que coloca a turma de Rúben Amorim já a seis pontos dos lugares de apuramento para os oitavos-de-final. E a verdade é que, frente a um Dortmund que não contou com o lesionado Erling Haaland, estrela da companhia, apesar de ter equilibrado o jogo durante largos períodos e de ter passado algum tempo instalado no meio-campo contrário, o Sporting não criou uma única real situação de golo. Demasiado pouco para o nível que a Champions exige.

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Nem tudo foi, ainda assim, mau. Longe disso. O Sporting entrou bem no jogo, sem o nervosismo e a ansiedade que apresentou contra o Ajax (e seria de esperar que depois de tão pesada derrota esse nervosismo e essa ansiedade continuassem) e equilibrou a partida frente a um Dortmund repleto de jogadores de grande qualidade: Reus, Thorgan Hazard ou Jude Bellingham (que vai mesmo ser um caso sério no futebol mundial, se é que ainda não o é...). E a defesa (estar lá Coates, que não esteve ante o Ajax, faz toda a diferença) esteve segura, quase impecável no capítulo do fora de jogo, e só se deixou bater pelo excelente lance de rápida troca de bola que resultou no único golo da partida, a meio da primeira parte.

Faltou, depois, ao Sporting acutilância nos lances ofensivos que foi construindo. E até foram alguns. Várias situações poderiam (e deveriam) ter sido melhor resolvidas pelos homens da frente de ataque leonina. Mas não foram e o Sporting acabou por nunca ameaçar verdadeiramente a baliza do contrária. Há, pois, ainda muito trabalho pela frente em Alvalade até que se atinja um nível capaz de assustar uma equipa com a qualidade de um Dortmund...

O momento: Golo de Malen faz a diferença

Minuto 37: O Dortmund não tinha Haaland, mas tinha um "velho conhecido" do Sporting, de má memória para o Sporting. Contratado esta temporada pela formação germânica por 30 milhões de euros, Donyell Malen ainda não se tinha estreado a marcar pelo novo clube (nem sequer se tinha estreado a marcar na Liga dos Campeões), mas já sabia o que era marcar ao Sporting (tinha marcado pelo PSV, num triunfo por 3-2 do conjunto de Eidhoven sobre os leões em 2019/20, para a Liga Europa) e ia voltar a fazê-lo.

Num dos poucos lances em que a defesa leonina se deixou surpreender, não conseguindo aplicar a armadilha do fora de jogo que tão bem usou ao longo da partida, o Dortmund chegou ao golo. Troca de bola rápida, pelo chão, entre vários jogadores, pela zona central, com Bellingham a desmarcar Malen e este, já dentro da área, a rematar cruzado, sem hipóteses para Ádan, marcando o golo que ditaria resultado do encontro.

O melhor: defesas e meio campo (a defender) cumpriram

Depois de cinco golos sofridos em casa no arranque deste Grupo C, frente ao Ajax, o Sporting só sofreu um em Dortmund. O regresso de Coates aos palcos europeus dá outra segurança e até confiança aos colegas. Isso foi visível no desempenho de Feddal e de Luis Neto, que tanto tinham comprometido há duas semanas e que tantos cortes de grande nível fizeram desta feita. Aliado a isso, a forma como o Sporting se soube posicionar defensivamente para fazer cair por inúmeras vezes o adversário em fora de jogo. Mais à frente, no meio-campo, João Palhinha voltou a ser 'mandão' no meio-campo e Matheus Nunes procurou levar a equipa para a frente.

O pior: meio-campo (a atacar) e ataque não desequilibraram

Mas, se o Sporting até foi várias vezes 'lá à frente', raramente o fez de forma capaz de importunar o adversário. E os homens do ataque não foram capazes de criar verdadeiro perigo. Desta feita titular, Tiago Tomás poucas vezes se viu. De Pablo Sarabia continua a esperar-se muito, mas o espanhol, à exceção de um ou outro passe onde foi evidente a sua qualidade, está para já longe de corresponder a essas expectativas. E Paulinho voltou a não marcar e definiu mal alguns lances em que podia ter feito a diferença, como quando recuperou duas bolas de forma quase consecutiva em zona perigosa a meio da primeira parte. Na primeira não serviu Tiago Tomás da melhor forma, já dentro da grande área do Dortmund, e na segunda, em boa posição, rematou muito por cima, de pé esquerdo.

As reações

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