Depois de uma dramática vitória diante do Vizela para o campeonato, o Benfica iniciava a sua prestação na fase de grupos diante do Maccabi-Haifa, retornado à maior competição de clubes do futebol europeu quase dez anos depois. Num grupo que tinha ainda Paris Saint-Germain e Juventus, era fundamental aos encarnados começar da melhor maneira diante da equipa israelita para poder lutar pelo apuramento.
A primeira parte pautou-se pelo equilíbrio, isto apesar da iniciativa de jogo estar quase totalmente entregue ao Benfica. O Maccabi-Haifa surgiu na Luz muito pressionante, não dando muito tempo e espaço aos jogadores encarnados para pensarem o jogo. Durante os primeiros 45 minutos poucos foram os momentos de aflição junto da baliza de Cohen.
As águias voltaram mais afoitas na segunda parte e acabaram por chegar aos golos que garantiram a vitória; a maior velocidade imposta pelos encarnados permitiu a criação de mais espaços e oportunidades, levando assim o Benfica a uma vitória importante na luta pelos lugares cimeiros do Grupo H.
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O jogo: A fé de Grimaldo perante um deserto de ideias
Roger Schmidt fez apenas uma alteração no onze inicial em comparação com aquele que vencera o Vizela para o campeonato. O técnico alemão fez entrar Alexander Bah para o lugar de Gilberto na lateral direita da defesa encarnada, mantendo assim a equipa que tem vindo a alinhar desde o início dos jogos oficiais.
Já o Maccabi alinhou com o seu habitual 4x3x3 muito móvel, com um meio-campo povoado e usando o gigante Pierrot como referência no ataque dos israelitas.
Na primeira parte os visitantes conseguiram por o seu plano de jogo em prática; os homens de Barak Bakhar pressionavam o Benfica à saída da sua grande área, mostravam solidez na zona defensiva e procuravam abrandar o ritmo de jogo sempre que tinham a posse de bola para depois tentar rápidas transições para o ataque.
Já o Benfica não parecia encontrar solução para a teia montada pelo Maccabi-Haifa; o primeiro remate digno desse nome surgiu apenas aos 17 minutos e teve de ser de bola parada; Grimaldo bateu o livre mas a bola não quis nada com a baliza israelita.
O único lance de verdadeiro perigo por parte dos encarnados surgiu à passagem da meia-hora; numa altura em que o Maccabi estava temporariamente reduzido a dez jogadores, uma rápida transição encontrou Rafa que, em posição frontal, não conseguiu bater Josh Cohen. As águias iam para o intervalo carregada de lamentações por não ter o engenho suficiente para ultrapassar o muro dos israelitas.
No segundo tempo Roger Schmidt fugir um pouco do guião habitual e fez uma alteração ao intervalo; o alemão deixou o desinspirado Gonçalo Ramos nos balneários e fez entrar Musa. Todavia foi o Maccabi que esteve bem perto do golo logo no início do segundo tempo; perda de bola de Florentino em zona proibida e Pierrot, na cara de Vlachodimos, não foi capaz de atirar para o fundo da baliza encarnada.
Provavelmente acordados com este enorme susto, o Benfica acelerou o seu jogo e acabou mesmo por chegar ao golo pouco depois; 50 minutos e uma boa combinação com João Mário pela esquerda deixou Grimaldo solto para fazer um cruzamento milimétrico que encontrou Rafa que, já na pequena área, desviou subtilmente para o fundo das redes do Maccabi-Haifa. Estava encontrado o caminho para a vitória.
A perder, os israelitas tiveram de subir no terreno e foram procurando chegar perto da baliza do Benfica, sem nunca ter incomodado muito Vlachodimos: tal atitude acabou por destapar a manta na retaguarda, abrindo espaços que acabaram por ser devidamente aproveitados pelos encarnados; 54 minutos e um inspirado Grimaldo arranjou o espaço que precisava, encheu-se de fé, e desferiu um autêntico míssil para o fundo das redes de Cohen.
Até final o Maccabi-Haifa mostrou uma atitude muito positiva, não se deixando ir abaixo e procurando o seu golo, algo que não viria a acontecer, isto perante o controlo total da partida por parte do Benfica, que ainda deixou o poste negar o terceiro a Enzo Fernández já para lá do minuto 90.
Com este triunfo o Benfica lidera o grupo H em igualdade pontual com o Paris Saint-Germain, ambos com três pontos. Já Maccabi-Haifa e Juventus ainda não têm qualquer ponto somado. Na próxima jornada o Benfica desloca-se a Turim para medir forças com a 'Juve', enquanto que o PSG visita Israel para defrontar o Maccabi.
O momento: Grimaldo acende a luz
É certo que este não é o primeiro golo que o lateral espanhol marca de fora da área. Todavia, poucos terão sido tão espetaculares e colocados como este. Aos 54 minutos, e perante um Maccabi que procurava reagir ao golo sofrido, Grimaldo puxou a culatra atrás e disparou com uma potência tal que até acordou a coruja que dormia no ângulo superior direito da baliza de Cohen, já que foi exatamente para lá que a bola foi.
Os melhores: Grimaldo nos dois golos, Rafa a abrir caminhos
Para além do espetacular golo marcado, Grimaldo esteve também envolvido no primeiro dos encarnados ao servir Rafa na perfeição. Um golo e uma assistência valeram ao lateral o prémio de Homem do Jogo, atribuído pela UEFA. Para além disso, o espanhol esteve também muito eficaz na hora de defender, não permitindo grandes aventuras ao adversário pelo seu corredor.
Rafa foi o elemento mais móvel do ataque encarnado. Para além do golo marcado, o avançado das águias foi muito importante para esticar o jogo numa altura em que o Maccabi subia mais no terreno em busca do golo; aos 79 minutos teve uma arrancada que só não terá dado em golo pois Rafa decidiu tentar servir um colega, isto quando tinha caminho aberto para a baliza israelita.
Os piores: Pierrot não conseguiu ser feliz
O avançado Pierrot não conseguiu cumprir o seu papel em campo. Apesar da sua elevada estatura, poucas foram as bolas que conseguiu ganhar nas alturas perante os centrais encarnados. Nos pés o homem do Haiti teve uma oportunidade flagrante de por o Maccabi em vantagem, todavia, atrapalhou-se na hora 'H', falhando um lance que poderia mudar a história do jogo.
As reações
Roger Schmidt pediu paciência ao intervalo
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