O Benfica venceu esta terça-feira à noite o Dínamo de Kiev por 3-0, garantindo deste modo a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões.
Os encarnados resolveram a partida e a eliminatória ainda na primeira parte com três golos sem resposta. O capitão Nicolás Otamendi abriu o ativo aos 26 minutos, enquanto que Rafa e David Neres fecharam o primeiro tempo com mais dois golos, aos 40 e 42 minutos.
Com um Estádio da Luz perto dos 59 mil espectadores, as águias não deixaram quaisquer dúvida relativamente ao vencedor da eliminatória, garantindo assim um importante objetivo desportivo que também terá as suas repercussões ao nível financeiro.
Tal como anunciara na véspera em conferência de imprensa, Roger Schmidt não facilitou e fez alinhar o seu onze habitual, não caindo assim na tentação de fazer entrar alguns jogadores menos utilizados, tendo em conta a vantagem de dois golos na eliminatória.
Já Mircea Lucescu procedeu a três alterações no seu onze inicial em comparação com o jogo disputado na Polónia. Com efeito, o técnico romeno fez entrar no onze Syrota, Vivcharenko e Sydorchuk, em deterimento de Popov, Zabarnyi e Andriyevskyi.
Palco diferente, o mesmo espetáculo
A primeira parte foi um mero ato contínuo do que sucedera na Polónia: Benfica pressionante e a dominar por completo o jogo, diante de um Dínamo retraído e à espera do seu momento para chegar perto da baliza adversária.
Contudo os ucranianos ficaram-se pela intenções, uma vez que não fizeram um único remate durante a primeira parte.
Já o Benfica manteve-se fiel ao guião de Roger Schmidt, pressionando alto e aproveitando a teimosia do Dínamo em querer sair a jogar desde a sua grande área; resultado: muitas bolas recuperadas em zonas altas do terreno e criação de várias oportunidades.
Uma dúzia de minutos tinham passado quando Otamendi deu o primeiro sinal de perigo com um cabeceamento que obrigou Bushchan a aplicar-se. O capitão deu o mote e os colegas seguiram a sua deixa e criaram diversas oportunidades; Grimaldo tirou tinta do poste ucraniano num livre direto e David Neres, sete minutos mais tarde esteve perto de uma ovação do público encarnado, mas o seu pontapé de bicicleta do 'herói' encarnado encontrou oposição do 'vilão' Bushchan.
Contudo, pouco tardou até que as palmas chegassem à Luz; 26 minutos volvidos e uma cena habilmente ensaiada por João Mário e David Neres permitiram a Otamendi ser o protagonista, repetindo o mesmo cabeceamento ao segundo poste que tentara minutos atrás, só que, desta vez o capitão encarnado levou a melhor e fez o primeiro da noite.
Com o primeiro golo marcado, os homens de Roger Schmidt abrandaram o ritmo, permitindo ao Dínamo ter um pouco mais de posse de bola, sem que, no entanto, os ucranianos tenham conseguido fazer uso da mesma.
Os encarnados controlavam o jogo a seu belo prazer e foi já numa altura em que se esperava que o pano caísse sobre a primeira parte que as águias aproveitaram dois erros adversários para desferirem os golpes finais.
Aos 40 minutos Syrota, como que perdido em palco, fez um passe demasiado curto para o seu guarda-redes e que acabou nos pés de Rafa que não se deslumbrou com o brinde e fez o 2-0 facilmente.
Finalmente, e ainda Estádio da Luz se sentava depois de festejar o segundo da sua equipa, eis que surge o 'encore' graças a David Neres; um rápido contra-ataque dos encarnados encontrou o brasileiro que, de primeira e em arco fez um belo golo. Fim de cena, fim de ato... fim da eliminatória.
Um susto e várias oportunidades
Com o jogo e a qualificação para a Liga dos Campeões já asseguradas, o Benfica entrou na segunda parte mais relaxado; de tal maneira que até Gonçalo Ramos e Rafa encontraram terreno comum e acabaram por chocar, num lance que chegou a assustar e que deixou os dois jogadores deitados no relvado durante vários minutos.
Felizmente os dois levantaram-se sem mazelas aparentes, todavia, Gonçalo Ramos acabou por ser substituído pelo estreante Petar Musa.
O segundo tempo foi o cumprimento das formalidades necessárias para carimbar o passaporte para a Liga dos Campeões. Apesar das várias alterações no elenco feitas por Roger Schmidt, o espetáculo permaneceu o mesmo, com o Benfica sempre por cima e a criar variadíssimas situações para aumentar o marcador; Enzo Fernández, particularmente, ainda se deve estar a perguntar como falhou uma oportunidade clara à boca da baliza aos 84 minutos.
Até final o Dínamo até foi tentando algumas incursões no meio-campo ofensivo em busca do chamado tento de honra, todavia os ucranianos não mostraram arte suficiente para incomodar o espectador Vlachodimos.
O melhor: David com talento de Golias
Dentro de uma exibição coletivamente positiva do Benfica, David Neres foi quem mais se destacou. Para além de ter assistido Otamendi para o primeiro da partida e ainda marcado o melhor golo da noite, o extremo brasileiro foi sempre uma carga de trabalhos para a defensiva do Dínamo, incapaz de prever os seus movimentos e combinações. Na retina ficou ainda um lance na segunda parte quando Neres vai sozinho contra a defesa do Dínamo e consegue ver-se livre dos adversários e rematar. É um David com pés de Golias.
O pior: Ucranianos inofensivos
Circunstâncias extrafutebol e que todos nós conhecemos há muito que deixaram a sua marca nos clubes desportivos ucranianos, incapazes de competirem a nível interno. Essa discrepância de ritmo competitivo já se tinha feito notar na primeira-mão e esta terça-feira foi ainda mais evidente.
O Dínamo de Kiev tem indubitavelmente jogadores talentosos, contudo, ainda não conseguiu alcançar o nível de competição de que necessitam.
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