Por muito que Jorge Jesus não queria assumir, a eliminatória do Benfica diante do PSV tem um nome: Odysseas Vlachodimos. O grego esteve em destaque nos dois jogos com os holandeses, principalmente no segundo, ajudando os Encarnados a regressarem à fase de grupos da Liga dos Campeões. O empate em Eindhoven foi feito de sofrimento, alguma sorte e muita competência defensiva.

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O Benfica junta-se assim ao FC Porto e ao Sporting na fase de grupos da Liga dos Campeões, cujo sorteio realiza-se na próxima quinta-feira. Encarnados e Dragões estarão no pote 3, Leões no pote 1. Os três 'grandes de Portugal reeditam assim 2006/07, 2007/08, 2014/15 e 2016/17 e vão dividir entre si o valor do ‘market pool’: o Sporting a ficar com 45% da quota destinada a Portugal, enquanto o FC Porto assegura 35% do montante e o Benfica os remanescentes 20%.

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O jogo: E tudo Odysseas parou

Para falarmos da importância de Vlachodimos nesta eliminatória, é preciso recuar uma semana, quando o Benfica venceu na Luz o PSV por 2-1. Os Encarnados foram eficazes mas a vitória foi conseguida graças às intervenções do grego. Na Luz, Odysseas negou o golo a Gakpo aos 34 e 76 minutos, a Van Ginkel aos 48 e a Mwene aos 69, num lance em que Lucas Veríssimo ia fazendo autogolo. Valeu a excelente reação do grego a afastar a bola em cima da linha de golo com uma palmada.

Na noite de terça-feira, Odysseas voltou a ser o protagonista. Mas já lá vamos.

Antecipando os problemas que ia ter sem bola, Jesus tirou um extremo (Pizzi) e reforçou o meio-campo com Taarabt, passando a jogar em 3-5-2, apenas com Rafa e Yaremchuk na frente. A ideia era tapar todosos caminhos à baliza e aproveitar a maior capacidade de condução do marroquino para ajudar a equipa a ter bola e respirar.

A verdade é que o PSV pareceu ter sido melhor a jogar 11 contra 11 do que 11 contra dez.

Em meia hora, Gakpo arrancou dois amarelos a Lucas Veríssimo e deixou o Benfica a jogar com menos um aos 33. Só aos 54 Jesus corrigiu a equipa, com a troca de Taarabt por Verthongen, voltando novamente ao esquema de três centrais. Nessa altura o PSV já não criava perigo como nos primeiros 15 minutos.

Jorge Jesus foi dotando a equipa de jogadores mais frescos, sempre de tração atrás, Roger Schmidt com homens ofensivos. Tudo o que era produção ofensiva dos de Eindhoven acabava em Vlachodimos

O grego travou o remate de Max aos 23, evitou o golo de Madueke aos 43, com este isolado. Ody manteve a sua 'guerra' com os holandeses no segundo tempo, onde voltou a sair por cima: Sangaré, aos 63 e 74, disparou de fora da área, Odysseas Vlachodimos defendeu com os punhos; o recém-entrado Vertessen teve os golos nos pés duas vezes no mesmo lance mas Ody estava lá para defender; tal como aos 78, numa 'bomba' de André Ramalho.

O jogo resume-se a incapacidade do PSV em bater a defensiva Encarnada com menos um e a forma compacta e solidária com que o Benfica defendeu a sua baliza. Com mais erro ou menos erro individual, o objetivo foi conseguido: entrada na fase de grupos da Champions (objetivo falhado na época passada diante do PAOK, da Grécia), onde já estavam FC Porto e Sporting.

De referir ainda que entrada na fase de grupos da Liga milionária permite ao Benfica um encaixe imediato de 37,243 milhões de euros (ME), valor esse que irá subir tendo em conta o desempenho do clube na fase de grupos da prova e nas seguintes (se passar) e pelo montante do ‘market pool’, associado aos direitos televisivos, além da posição no ‘ranking’ da UEFA a 10 anos.

Polémica: Vermelho a Lucas Veríssimo

Aos 33 minutos, o árbitro esloveno Slavko Vincic considerou que Lucas Veríssimo atingiu o avançado Gakpo na cabeça, com o cotovelo, e mostrou-lhe o segundo amarelo e consequente vermelho. O central do Benfica tinha visto um primeiro amarelo aos oito minutos também em jogada com Gakpo. Um lance que nem foi preciso ir ao VAR já que o árbitro estava muito perto da jogada. Os jogadores do Benfica contestaram a decisão mas Slavko Vincic manteve-se firme.

Momento-chave: poste mantém Benfica na eliminatória

Das muitas oportunidades criadas pelo PSV, a mais flagrante aconteceu aos 63 minutos. Morato perdeu a bola, esta chegou em Gakpo que ganhou metros e serviu Zahavi na pequena área. O israelita desviou a bola mas esta acabou por bater com estrondo na barra, quando tinha a baliza deserta. Sorte para o Benfica.

Os Melhores: Ody mãos de ferro

Vlachodimos negou o golo dos holandeses em várias ocasiões e foi catapultando os colegas da defesa para uma noite memorável. Otamendi também esteve em bom plano na defesa, dando o peito às balas em várias ocasiões e varrendo tudo o que tentava entrar na área. A defesa do Benfica esteve impecável, principalmente com menos um jogdaor.

Em noite 'não': PSV piorou com mais um jogador

O PSV até tinha entrado bem, a tentar explorar o espaço nas costas dos centrais do Benfica através da velocidade de Gakpo. Quando Lucas Veríssimo foi expulso e o Benfica recuou mais a sua linha defensiva, o PSV ficou sem espaços  e não soube ser paciente nem conseguiu arranajar formas para criar verdadeiras situações de golo.

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