O selecionador nacional Roberto Martínez fez esta quinta-feira o lançamento da partida diante da Polónia, marcada para esta sexta-feira, no Estádio do Dragão, relativa à quinta jornada do grupo A1 da Liga das Nações.

Apesar de precisar apenas de um empate para garantir o apuramento, Martínez aponta à vitória diante dos polacos, e não acredita que este jogo servirá para fazer experiências. O treinador espanhol admitiu alterações na estratégia, devido às ausências, e voltou a comentar a questão do calendário preenchido dos jogadores.

Semana difícil sem Palhinha e Rúben Neves?: "Não diria difícil, foi uma semana com muita boa predisposição. Gostei muito da integração dos novos jogadores, o que diz muito do balneário que temos. Gostei da nova energia. É um desafio para todos nós. Depois do Europeu perdemos o Pepe e agora o Rúben Dias. É um processo para continuarmos a conhecer os jogadores. Queremos ganhar amanhã, queremos apurar-nos, mas temos de continuar a acrescentar jogadores ao grupo. Perdemos quatro jogadores que foram importantes para o grupo, mas amanhã será importante para mostrarmos que temos todos os jogadores preparados"

Oportunidade para experimentar: "Não gosto da palavra experimentar. Estamos a falar da Seleção. Temos os melhores jogadores. Há muitos jogadores com lesões. Não sei porquê, em novembro, mas acontece. São jogadores com valências diferentes. Queremos ter o controlo do jogo, chegar perto da baliza e marcar golos. Será um bom estágio para vermos mais jogadores, mas não para experimentar. Tentamos estar focados e conquistar os três pontos para estarmos nos quartos de final da Liga das Nações, mas o objetivo é preparar o grupo para o objetivo total dos 18 meses"

Tática a adotar: "Primeiro, dizer que a Polónia é uma equipa que corre riscos e gosta de jogar ao ataque. Todos os jogos da Polónia têm quatro ou mais golos, o que mostra a personalidade desta equipa, que gosta de correr riscos. O que importa é a nossa sincronização, o que poderemos mostrar com os jogadores novos, que não têm tanta experiência. Espero que consigamos continuar a controlar o jogo e ter oportunidades. A Polónia é uma equipa que joga com três centrais numa linha de cinco e com um ataque flexível"

Carga elevada de jogos: "Já falei disso. Eu tenho a minha opinião, que é muito clara. Os jogadores gostam de jogar, o importante é o descanso entre épocas. O número de jogos é bom. Mas é momento de todos mostrarem responsabilidade, estou a falar das federações, da UEFA, da FIFA, da ECA. Os jogadores precisam de ter um bom descanso entre épocas. É preciso responsabilidade. Há muitas decisões que não são conjuntas. É preciso sentar todos à mesa e discutir. Não é um problema que não tenha solução"

Falou de Pepe e Rúben Dias, mas não de Inácio: "Estou a falar do Rúben Dias porque é um jogador que tem mais de 50 internacionalizações ou de um Pepe que é um jogador histórico da Seleção. Estamos a falar de um aspeto de liderança que é importante para nós. O Inácio tem muita qualidade, mas é uma decisão médica. Não está a 100%, portanto não está apto para ajudar a Seleção. Está no processo de continuar a trabalhar com o seu clube. É presente mas também é futuro da Seleção"

A Polónia: "Há muitos jogadores que gosto desta seleção polaca. O Zelewski é um jogador com um potencial incrível, toma riscos e é um jogador que os adeptos gostam muito. O próprio Zielinski... mas o ponto forte da seleção polaca é a ideia de jogo do seu selecionador, uma equipa que arrisca muito. O Lewandowski é o capitão, o farol da Polónia, mas nesta competição a Polónia já utilizou seis pontas de lança diferentes. O jogador que o substituir certamente que estará familiarizado e com minutos. A ideia coletiva do treinador é um ponto forte. É um jogador que acompanhamos porque fez torneios com as nossas seleções jovens, esteve na Premier League, mas temos vários jogadores nessa posição, então é difícil para ele entrar"

Objetivo na Liga das Nações: "Agora o objetivo é seguir para os quartos de final. É uma competição que eu gosto muito, uma competição nova, mas é importante para as seleções disputarem uma competição de ligas. Acho que não existem favoritas na final four. Para já, queremos continuar a crescer. É uma competição que ajuda muito os selecionadores a acrescentar competitividade aos seus grupos e, por isso, não existem seleções favoritas neste momento. Mas existem várias a crescer e que podem sim chegar aos quartos de final"

Chamada da Samu Costa: "Quando nós fazemos a escolha, falamos de 26 jogadores. Tivemos 30 jogadores e tivemos de ter um critério. Queríamos utilizar todos. Não queríamos deixar jogadores de uma segunda linha de ataque de fora. Quando o Pote e o Matheus Nunes ficam de fora, o Samu é um jogador que fez um estágio muito bem, já disse que seria um jogador de futuro. Utiliza o pé esquerdo e acaba por ser mais natural para ele jogar nessa posição"

Principais perigos da Polónia: "Acho que o treinador tem ideias muito claras. É uma equipa que joga com muita largura e que tem muita capacidade. Tem jogadores rápidos no último terço e é claramente um ponto forte desta Seleção. É uma equipa muito jovem e que assenta muito bem na ideia do treinador. O ponto forte é esse. Sabem o que o fazem no relvado, são uma equipa exigente. Os nossos jogadores que iniciarem no onze inicial e todos os outros que entrarem durante o encontro terão de estar muito atentos"

Lesões levam a repensar a estratégia?: "Sim, sem dúvida. A estratégia tem de ser alterada de acordo com os jogadores que temos. Temos de ajustar devido às valências dos nossos jogadores. Temos jogadores polivalentes, que olham sempre de frente para os desafios que vamos tendo pela frente"