Roberto Martínez esteve presente na conferência de imprensa de antevisão ao jogo de Portugal frente à Dinamarca. O duelo está agendado para esta quinta-feira, em Copenhaga, e vai contar para a primeira mão dos quartos de final da Liga das Nações. O selecionador nacional falou sobre os dois médios do PSG, bem como da condição física de alguns jogadores. Martínez fez uma análise ao adversário e revelou quais são os objetivos da seleção portuguesa para os compromissos.

Confira as declarações do selecionador

Condição física de Trincão: "Já falei sobre os desafios inerentes ao estágio de março. Todos os jogadores começam a ter muitos minutos. Mas o Trincão treinou muito bem, com boa intensidade. O Nuno Tavares foi dispensado, mas diria que todos os jogadores mostraram intensidade e frescura. Gostei muito do ambiente. Estão todos a muito bom nível."

Dupla João Neves e Vitinha de início: "Ainda não falei com os jogadores. O que é importante é o grupo. Estamos a falar de 25 jogadores. Há nove com cartões amarelos. Os 'quartos' são uma oportunidade para atingir a final four. Não é fácil. A competição é desafiante. Estamos focados para isso. É sempre bom ter os jogadores focados para isso. Já vimos a dupla do João Neves e do Vitinha com bons desempenhos no futebol europeu. São dos melhores jogadores da Liga das Nações. Precisamos de gerir bem. O importante é o onze inicial, assim como as substituições. E depois os jogadores que vão jogar em Lisboa."

Críticas de que Ronaldo já não é o mesmo: "Acho que não é o jogador que vimos no Manchester United, um extremo que jogava fora da área e ia em situações de um para um. O comentário é que é um jogador diferente, agora é mais um ponta-de-lança. Tem 17 golos nos últimos 21 jogos, está ao melhor nível das seleções do mundo. Gosto muito da competitividade que temos no balneário, todos são importantes, mas acho que o Cristiano está num momento muito bom como ponta-de-lança. Claramente não é o mesmo que era quando tinha 20 anos. O seu papel na Seleção é importante."

Rúben Dias, Ronaldo ou Bernardo Silva em risco. O que muda: "É importante, como selecionador, olhar para o que pode acontecer. Mas, para amanhã, não há uma limitação. Jogadores com cartões amarelos faz parte do futebol. Preciso dos 23 porque há coisas que podem acontecer. A nossa média é de dois amarelos por jogo. A minha responsabilidade é ter o maior número de jogadores preparados para isto."

Abordagem à primeira mão: "É simples. Amanhã precisamos de demonstrar o melhor nível. Este estádio tem um ambiente incrível. Gosto muito da ideia do selecionador. Conheço bem o trabalho dele no Anderlecht e no Brentford. Gosta das suas equipas com pressão alta, a tomar riscos e a jogar olhos nos olhos. Fizeram isso diante de Espanha. Esta é a primeira parte, mas precisamos de estar ao melhor nível. É importante, para nós, termos muitas valências dentro do grupo. Mostrámos que ao trocar jogadores conseguimos ter um nível muito bom. É importante ter opções. Precisamos de continuar a crescer, mas respeitamos muito o que a Dinamarca pode fazer em casa. Conheço verdadeiramente o impacto e a energia que os adeptos transmitem à sua equipa."

Portugal vai controlar o jogo ou à procura da vitória: "Temos um Mundial daqui a 15 meses. O objetivo global é continuar a crescer e ser a nossa melhor versão. Amanhã precisamos de defender bem, mas queremos ganhar. Não acredito que podemos jogar 90 minutos para tentar ser o que não somos. Somos uma equipa que gosta de ter bola, controlar o jogo, mas tentar sempre ganhar. É o que fazemos bem e vamos continuar a crescer com essa ideia de jogo, que certamente é a melhor para utilizar o talento individual que temos".

Qualidade dos jogadores no clube e na seleção: "A seleção é um espaço diferente. Há jogadores com momentos difíceis nos clubes e que aqui têm a oportunidade de mostrar talento. Se eu pudesse decidir, gostaria de ter sempre os jogadores no nível máximo de confiança. Não é o essencial. Dá para ver o exemplo do João Neves, desde a estreia. O Vitinha é o melhor médio na Europa. Tudo ajuda quando os jogadores estão a mostrar o melhor futebol".

Importância da Liga das Nações: "É essencial porque, neste momento, esta competição está a crescer e a tornar-se numa das mais difíceis. É algo que acontece ao longo de cinco paragens para seleções. Tem a ver com a consistência, com o nível das equipas em períodos diferentes. É um grande desafio. Respeitamos a Dinamarca ao máximo".

Fraqueza da Dinamarca: "(risos) Em primeiro lugar, quero mostrar o meu respeito ao treinador. Respeito-o muito, é corajoso. Gostei muito de trabalhos que fez noutros clubes e a maneira como preparou os jogos com a Espanha foi fascinante. Uma equipa muito vertical, a usar a qualidade dos jogadores jovens. É uma equipa que tem trabalhado muito bem nos últimos anos. O treinador tem o seu estilo e tenho muito respeito por isso".

Talento da Dinamarca: "Falo sempre dos jogadores portugueses, a maneira como desenvolvemos jogadores é incrível. E a segunda melhor é a Dinamarca. A melhor maneira de ver isso é percebendo a relação entre o número de jogadores que chegam ao alto nível e a população. Isso mostra o futuro brilhante que o futebol dinamarquês tem".

Ambiente na Dinamarca: "O primeiro jogo que vivi aqui foi durante a época do Covid, mas o segundo foi depois da situação de Eriksen, lembro-me que se sentia toda esse energia. É um jogo com muito ritmo e é assim que gostamos de ser testados".