No Estádio José Alvalade, em Lisboa, João Cancelo, aos 33 minutos, e Gonçalo Guedes, aos 38, selaram o 62.º triunfo da ‘era’ Fernando Santos, que soma mais 23 empates e 15 derrotas, com 206 golos marcados e 73 sofridos.
Mais do que os números totais, o grande legado do técnico luso, de 67 anos, são os dois títulos conquistados, os primeiros da história da seleção das 'quinas’, muito mais o Europeu de 2016 do que a primeira edição da Liga dos Campeões, em 2019.
Escolhido no início da época 2014/15 para suceder a Paulo Bento, depois do arranque falhado na qualificação para o Euro2016 (0-1 com a Albânia), Fernando Santos deu a Portugal o que faltava, os ‘canecos’ há muito procurados.
Depois de inúmeras tentativas falhadas, muitos lamentos, do ‘eterno’ quase, em 1966, 1984, 2000, 2004, 2006 ou 2012, a formação das ‘quinas’ conquistou, finalmente, um título em 2016, ao vencer o Europeu, numa final com França, muitas vezes a ‘carrasca’ lusa, e logo em solo gaulês, em pleno Saint-Denis.
Sem Cristiano Ronaldo, que se lesionou muito cedo, o ‘patinho feio’ Éder foi lançado por Fernando Santos na final de 10 de julho e resolveu-a, com um improvável ‘tiro’ de fora a área, aos 109 minutos, para o golo mais importante da história lusa.
Portugal não fez o mais brilhante dos percursos, longe disso, foi bafejado por ‘toda a sorte do Mundo’ e ninguém percebeu muito bem o porquê de ter sido naquele momento, e não em tantos outros passados, de verdadeiro brilhantismo, mas, para a história, ficou a vitória, o primeiro título de sempre da seleção nacional.
Fernando Santos poderia ter dito adeus nesse mesmo dia que já era ‘lenda’, mas continuou e, no caminho rumo aos 100 jogos, logrou ainda um segundo troféu, sem o mesmo peso, mas também importante, a edição inaugural da Liga das Nações, em 2019.
Com Ronaldo de ‘férias’, Portugal superou sem problemas a fase de grupos e, na ‘final four’, que organizou, superou a Suíça (3-1), com três do regressado ‘capitão’, e, na final, os Países Baixos, com um golo de Gonçalo Guedes.
Em 09 de junho de 2019, no Estádio do Dragão, no Porto, o jogador formado no Benfica deu o segundo ‘caneco’ a Portugal com um golo aos 60 minutos, engrandecendo ainda mais o percurso de Fernando Santos como selecionador português de futebol.
O técnico que, na sua carreira pelos clubes, orientou Benfica, FC Porto - para entrar na história como o ‘engenheiro do penta’, com a vitória na I Liga 1998/99 – e Sporting, não somou mais nenhum troféu, mas nunca deixou de, com maior ou menor dificuldade, apurar Portugal para todos os grandes certames.
Depois da vitória no Euro2016, a seleção das ‘quinas’ esteve no Mundial2018, ‘caindo’ nos ‘oitavos’ perante o Uruguai (1-2), e no Euro2020, também com eliminação nos ‘oitavos’, perante a Bélgica (0-1), e está qualificado para o Mundial2020.
Face à longevidade no cargo, num percurso que caminha para os oito anos, encabeça também quase todos os registos da formação das ‘quinas’, nomeadamente o de jogos, sendo que, com 100, vai muito à frente de Luiz Felipe Scolari (74), Carlos Queiroz (51), Paulo Bento (47) e António Oliveira (44).
No que respeita a resultados, são 62 vitórias, 23 empates e 15 derrotas, com 206 golos marcados e 73 sofridos, com destaque para o registo de 46 triunfos, 17 igualdades e apenas sete desaires em 70 jogos oficiais (146-51 em golos).
Fernando Santos estreou-se em 11 de outubro de 2014, com um desaire em França por 2-1, num particular, e completou hoje o seu 100.º jogo, com a República Checa, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, na terceira jornada do Grupo A2 da Liga das Nações.
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