A autarquia de Bruxelas anunciou hoje a recusa em receber o jogo de futebol entre Bélgica e Israel, da Liga das Nações, em 06 de setembro, tendo em conta o “alto risco” para a segurança dos seus habitantes.
“Neste período particularmente turbulento, tendo em conta a situação dramática no Médio Oriente, um jogo deste tipo, de alto risco, irá sem dúvida provocar importantes manifestações e contramanifestações, comprometendo assim a segurança dos espetadores, dos jogadores, dos habitantes de Bruxelas e também dos nossos forças policiais", justificou o executivo.
A Bélgica integra o Grupo A2 da Liga das Nações, juntamente com Itália, França e Israel, sendo que o estádio Rei Balduíno tem sido, por norma, o palco dos jogos em casa dos ‘diabos vermelhos’.
Bruges, Liège, Genk ou Antuérpia são as opções naturais para a federação de futebol belga explorar como alternativa, sendo que a cidade de Leuven já manifestou, por antecipação, a sua indisponibilidade.
O executivo recorda que os desafios da Bélgica “sempre foram momentos de unidade e coesão”, contudo “a situação humanitária e de segurança em Gaza e as suas inúmeras repercussões” levam-na a declinar a missão de albergar o encontro.
Os responsáveis municipais consideram que a tensão social em torno da ofensiva de Israel em Gaza, que já provocou pelo menos 37 mil mortos, maioritariamente crianças e mulheres, em resposta ao ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram assassinadas e perto de 300 foram raptadas, não permite que o jogo ser mantido em condições seguras.
Em 16 de outubro de 2023, Bruxelas foi palco de um ataque coincidindo com o jogo de futebol Bélgica-Suécia, no qual dois adeptos suecos morreram, após serem baleados no centro da cidade, num ataque reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico.
Números recentes indicam que residem cerca de 160 mil muçulmanos na capital, cerca de 17% da sua população e 39% da comunidade islâmica no país.
"Não podemos arriscar ameaçar a segurança dos nossos concidadãos. Um jogo de futebol dos ‘diabos vermelhos’ é um momento de união, família e celebração. Dada a situação atual, é impossível que seja assim. Há o risco de descontrolo, tanto no estádio como na zona envolvente e no centro da cidade”, especificou o vereador do desporto, Benoît Hellings.
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