O caso dos distúrbios causados na terça-feira em Guimarães por adeptos de futebol vai ser remetido para o Ministério Público por indícios da prática de crime de participação em motim, anunciou hoje o Governo.
Numa nota à comunicação social, o Ministério da Administração Interna (MAI) refere que "a identificação dos adeptos que na terça-feira causaram distúrbios na cidade de Guimarães vai ser remetida ao Ministério Público por indícios da prática de crime de participação em motim".
A PSP identificou 154 adeptos na sequência de queixas de distúrbios na noite de terça-feira no centro histórico de Guimarães, incluindo "arremesso de mobiliário de esplanadas e deflagração de artefactos pirotécnicos".
Segundo a nota do MAI, dos 154 adeptos identificados, 122 são croatas, 23 são portugueses e os restantes são de outras quatro nacionalidades.
Os incidentes ocorreram na véspera do jogo entre o Vitória de Guimarães e o clube croata Hajduk Split para a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa.
O Vitória de Guimarães venceu hoje os croatas do Hajduk Split por 1-0.
De acordo com o MAI, que cita "diligências preliminares" da PSP, "há indícios de que os adeptos da equipa do Hajduk Split", apesar de terem sido acompanhados pela polícia croata, "organizaram a sua chegada" a Portugal "de forma a não serem detetados pelas autoridades", tendo os incidentes ocorridos em Guimarães sido "organizados com elevado grau de premeditação, com participação de membros de pelo menos um grupo organizado de adeptos nacional".
A nota sublinha que "um pequeno grupo de adeptos organizou a sua deslocação com conhecimento das autoridades, entrando em Portugal por via aérea, tendo os demais contado com o apoio de membros de claques associadas a clubes portugueses para a organização das suas deslocações e estadia".
"Verificou-se que um elevado número de adeptos se instalou em diferentes localidades da região Norte, tendo utilizado diversos meios de transporte para esse efeito", adianta o MAI, que considera que a PSP "montou um dispositivo operacional adequado nos dias que antecederam o jogo" e que "foi imediatamente reforçado aquando da verificação dos incidentes no centro histórico de Guimarães".
O Ministério da Administração Interna acrescenta que a PSP "reforçou de novo a presença" de agentes em Guimarães, "que se manterá até que os adeptos croatas regressem ao seu país", e tem "a colaboração" da GNR "noutras localidades" portuguesas.
"A PSP irá ainda adotar medidas de vigilância sobre os membros dos grupos organizados de adeptos portugueses que possam protagonizar situações de alteração da ordem pública", assegura o MAI.
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