O treinador da União de Leiria apontou hoje ao título na Liga 3 de futebol, depois desta ter garantido a promoção à II Liga, afirmando que a equipa tem agora de “ambicionar trazer a taça para casa”.
“É o nosso grande objetivo, trazer a taça para Leiria. Óbvio que não podemos de modo algum menosprezar o que vai ser o jogo com o Felgueiras”, disse Vasco Botelho da Costa, referindo-se também ao jogo da última jornada da fase final, que já não interfere na classificação das equipas.
Antes da final do dia 21, no Jamor, na qual vão defrontar o vencedor da Série 2, a sair do trio Belenenses, Lank Vilaverdense ou Sanjoanense, os leirienses vão a Felgueiras “com o pensamento nos três pontos” e para jogar “pelo clube, pela cidade, pelas pessoas”.
“Depois, aí sim, [vamos] começar a preparar a fundo o que vai ser a final. Um clube como a União de Leiria tem de ambicionar trazer a taça para casa”, afirmou à agência Lusa Vasco Botelho da Costa.
Em Leiria ainda se saboreia o regresso aos campeonatos profissionais, 11 anos depois.
“Não posso dizer que estou surpreendido”, frisa o técnico de 33 anos, destacando como pontos fortes da caminhada para a II Liga “o trabalho, a seriedade e o equilíbrio”.
A equipa funcionou “como um todo” e “o que faz verdadeiramente diferença é a qualidade do grupo, a qualidade dos atletas”.
“Cada vez que entrámos em campo, entrámos com uma cidade às costas. Foi possível capitalizar da melhor forma, para depois atingirmos os nossos objetivos”, sublinhou.
Até a vitória sobre o Sporting de Braga B, que permitiu garantir o primeiro lugar do grupo e a promoção a uma jornada do fim, nem tudo foi perfeito: “Estivemos cinco jogos sem ganhar e, com algumas paragens de seleção, estamos a falar de praticamente dois meses sem ganhar”.
Após a fase menos positiva, surgiu a reação, que foi coroada no dia 30 de abril com a vitória que confirmou a subida.
“O que fez a diferença foi percebermos que não era por os resultados não estarem a aparecer que estava tudo mal. Mudanças de processos, como a introdução de trabalho de ginásio, controlo de nutrição e novos métodos, a que se juntaram várias lesões, acabaram por ter influência", disse ó técnico.
Vasco Botelho da Costa recordou ainda: “Acreditando no nosso processo, nas ideias, no trabalho das pessoas, conseguimos dar a volta a essa situação e crescer nas dificuldades. Foi isso que, se calhar, nos permitiu nesta fase final, quanto tivemos uma derrota em Braga, perceber que as derrotas fazem parte do caminho e que não é isso que altera o que temos vindo a fazer”.
Depois de várias tentativas frustradas, a União de Leiria conseguiu este ano quebrar a malapata de vários anos fora dos campeonatos profissionais.
“Tem um sabor muito especial para as pessoas. Não posso falar pelo que se falou no passado. No passado recente criou-se essa espécie de discurso de que havia uma maldição, mas nós não podemos pensar nisso. É como aquela célebre frase de que os recordes são para ser batidos. As maldições também. Em nenhum momento isso pesou”, afirmou o treinador.
Quanto ao futuro à frente da União de Leiria, o treinador lembra que tem mais um ano de contrato e que há “comunhão de ideias e uma simbiose no que são os objetivos”, o que “torna tudo mais fácil”: “Dificilmente não continuarei, mas conversas e balanço só acontecem no final”.
No plantel, Botelho da Costa reconhece qualidade para o desafio da II Liga.
“Temos inúmeros jogadores que já estiveram nesses patamares. Dificilmente haverá algum tipo de revolução. Mal será se estivermos focados naquilo que é a próxima época quando ainda temos muito para dignificar e acrescentar à história deste clube, que é um título. O nosso foco tem de estar aí e só depois é que vamos fazer essas análises e balanços”, concluiu.
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