O antigo selecionador de futebol de Espanha, Vicente del Bosque, foi hoje designado pelo governo do seu país para liderar a Comissão de Supervisão, Normalização e Representação que vai gerir a federação (RFEF), investigada por corrupção.

Aos 73 anos, o técnico campeão do mundo pela ‘Roja’ no Mundial2010 e campeão da Europa em 2012, além de vencer duas Ligas dos Campeões pelo Real Madrid, em 2000 e 2002, vai estar à frente de uma comissão que tem por missão fiscalizar as decisões da RFEF, abalada por casos de corrupção que envolvem tanto o atual presidente, Pedro Rocha, bem como o antecessor, Luis Rubiales, entre outros.

“É uma pessoa de grande qualidade humana e, acima de tudo, um exemplo de honestidade e respeito. Será o rosto e a representação do futebol espanhol”, justificou a ministra da Educação, Formação Profissional e Desporto, Pilar Alegria.

Além dos escândalos de corrupção, como os contratos que levaram a Supertaça de Espanha para a Arábia Saudita e a requalificação do estádio olímpico de Sevilha, a federação espanhola também viu a sua imagem manchada pelo beijo, não consentido, do seu anterior presidente, Luis Rubiales, à campeã mundial Jenni Hermoso.

“Vicente del Bosque representa o melhor do futebol do nosso país, é o nosso campeão do mundo e da Europa e um homem querido e respeitado por todos no futebol, pelos jogadores, treinadores e cidadãos em geral”, acrescentou a governante.

O governo espanhol já tinha anunciado que, “no interesse do país”, co-organizador, com Portugal e Marrocos, do Mundial2030, ia colocar a RFEF sob supervisão.

Numa declaração conjunta, a FIFA e a UEFA dizem que acompanham “de perto e com grande preocupação” a situação em torno da RFEF e manifestam o desejo de que esta comissão indicada pelo governo não afete a independência da federação.

Por norma, FIFA e UEFA não aceitam a ingerência dos governos nos seus afiliados, classificando-a como ingerência externa, que, por norma, tem punido.