O ex-presidente do governo catalão Carles Puigdemont disse hoje, após a vitória do Barcelona frente ao Real Madrid no campeonato espanhol de futebol, que teve “a melhor semana em muito tempo”, aludindo tanto ao resultado desportivo, como ao eleitoral.
“Acabámos a melhor semana desde há muito tempo com uma alegria desportiva e pensando também em como teriam comemorado Quim, Oriol e Jordis”, escreveu Puigdemont na sua conta de Twitter fazendo referencia a Joaquin Forn, Oriol Junqueras, Jordi Cuixart e Jordi Sánchez, que estão em prisão preventiva acusados de rebelião.
Por outro lado, Puigdemont pesou hoje os prós e contras de permanecer em Bruxelas ou regressar a Espanha onde corre o risco de ser detido, mesmo depois da vitória eleitoral do seu partido independentista, que quer formar governo.
Para a pergunta “será que Puigdemont está disposto a regressar”, um dos seus advogados na Catalunha respondeu que “em princípio sim”, mas o aconselhou-o a avaliar a situação porque quando ele regressar a Espanha “seria preso”, dois meses após a proclamação de uma República catalã deixada sem efeito.
“É preciso saber se vale a pena, se pode fazer mais dentro do que fora, é óbvio que, se vier e for preso, gera (...) um conflito político muito importante", acrescentou Me Jaume Alonso-Cuevillas aos microfones da rádio da Catalunha, garantindo estar a “estudar todos os cenários”.
Os partidos que defendem a independência da Catalunha obtiveram nas eleições autonómicas de quinta-feira uma maioria absoluta no parlamento catalão e prometem manter o desafio secessionista a Madrid.
Nas eleições, os partidos independentistas obtiveram 70 dos 135 lugares do parlamento, um número que sobe para 78 lugares se forem contabilizados os defensores de um novo referendo legal (partidos independentistas mais CatComú-Podem).
No entanto, o partido vencedor das eleições foi o Cidadãos, mas a cabeça de lista, Inés Arrimadas, admitiu que não poderá ser chefe do governo regional, considerando a “lei injusta” que “dá mais lugares a quem tem menos votos” na rua.
As eleições foram convocadas pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, no final de outubro, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont por ter declarado unilateralmente a independência da região.
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