A unidade da polícia espanhola que investiga crimes económicos e fiscais está a investigar alguns negócios de transferências de jogadores por suspeitar dos crimes de branqueamento de capitais e recebimento irregular de comissões. Entre os clubes envolvidos está o Benfica, além do Atlético Madrid, Internacional de Porto Alegre (Brasil), Watford, Cesena e Udinese, entre outros emblemas.
Um dos principais visados é Quique Pina, empresário e agente de futebolistas. De acordo com o jornal 'El Confidencial', Quique Pina terá aproveitado o facto de ter sido presidente do Granada (entre 2009 e 2016), para intermediar transferências de jogadores. O empresário é ainda acusado de desvio de fundos para contas no Luxemburgo, lavagem de dinheiro com uso empresas de fachada e operações imobiliárias.
Um dos negócios investigadores é a transferência do brasileiro Siqueira, do Granada para o Atlético Madrid em 2014. O negócio fez-se por 10 milhões de euros. A 2 de junho do mesmo ano, o Granada recebeu 4,5 milhões de euros do Atlético Madrid como primeira parte da verba acordada. No dia seguinte, 3.004.943 euros saíram da conta do Granada para uma sociedade luxemburguesa, a Fifteen Securitisation SARL, uma empresa que era controlada Gino Pozzo, sócio de Pina. Pozzo é um empresário italiano e chegou a ser proprietário, ao mesmo tempo, do Granada, Udinese e Watford.
Ainda em relação a primeira tranche de 4,5 milhões de euros pela venda de Siqueira, 363.000 euros saíram da conta do Granada para a Fundación Eldenses de Corazón, dirigido por Omar Zeidán, outro sócio de Pina. Depois essa verba foi desviada para uma sociedade na Austrália e foi usada para a compra de um iate de 30 metros e com quatro camarotes de luxo. A embarcação foi regista numa empresa de nome Calambur Intermediaciones SL, administrada por Elena Pina, irmã de Quique Pina. A embarcação é usada por Quique Pina, diz 'El Confidencial'.
De acordo com o jornal 'El Confidencial', a polícia espanhola está também a investigar o empréstimo de Siqueira ao Benfica em 2013 por um milhão de euros. A chegada ao Granada de Charles Aránguiz em janeiro de 2014 por 4,2 milhões de euros proveniente do Internacional de Porto Alegre; a compra de Youssef El-Arabi pelo Granada em 2012 por cinco milhões de euros e a venda do mexicano Miguel Layún ao Watford en 2015 também estão a ser investigados, tal como as transferências de Brahimi e Murillo.
As autoridades espanholas acreditam que muito do dinheiro proveniente da venda de jogadores nunca chegou a ficar no Granada.
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