O antigo futebolista do FC Barcelona Hristo Stoichkov mostrou-se hoje indiferente à decisão do governo búlgaro de lhe retirar o cargo de cônsul honorário na Catalunha, rejeitando pedir desculpa pelas críticas à vice-presidente do governo, Soraya de Santamaría.
"Desculpar-me? De quê?", questionou Stoichkov, em declarações ao canal televisivo búlgaro Nova TV.
Uma decisão que "não preocupa" o antigo internacional pela Bulgária, que a considerou um "cartão vermelho" pelas declarações que proferiu relativamente à posição do governo espanhol sobre o referendo pela independência da Catalunha, quando chamou "franquista" à família e à ministra da Presidência, Soraya Sáenz de Santamaría.
"O seu avô, franquista. O seu pai, franquista. Ela, franquista também. E seu filho? É ela que ordena as coisas que temos de fazer? Por favor, que a demitam. Não pode mandar a polícia bater em pessoas inocentes. O governo de Espanha é uma vergonha total. Por isso, vocês estarão onde merecem, separados do mundo", referiu na altura Stoichkov, em declarações ao canal de televisão norte-americano Univisión Deportes.
O Ministério dos negócios estrangeiros da Bulgária decidiu iniciar o processo para retirar o cargo diplomático a Stoichkov, justificando que esta decisão se deve ao "complicar da comunicação com as autoridades oficiais do reino de Espanha, depois das recentes aparições públicas" do ainda cônsul.
"O reino de Espanha é um sócio estratégico e amigo da Bulgária. Mantemos excelentes relações bilaterais a todos os níveis e uma cooperação intensa em todas as áreas de interesse mútuo", acrescenta o comunicado.
Enquanto futebolista, Stoichkov jogou em nove clubes, tendo obtido maior destaque precisamente ao serviço do FC Barcelona, clube no qual venceu uma Liga dos Campeões, duas edições da extinta Taças das Taças, quatro campeonatos espanhóis, uma Taça do Rei e quatro Supertaças de Espanha. Venceu ainda a Bola de Ouro, prémio que distingue o melhor futebolista do ano, em 1994.
Ao serviço da seleção búlgara, somou 84 internacionalizações e apontou 38 golos, tendo ‘conduzido’ o seu país às meias-finais do Mundial de 1994, disputado nos Estados Unidos, no qual arrecadou os prémios de melhor marcador e de terceiro melhor jogador do torneio.
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