A Justiça espanhola mantém aberto, em fase de instrução, o processo de alegada fuga ao fisco de José Mourinho, apesar de o treinador português defender o seu fecho, insistindo que já pagou o dinheiro em falta.
Fonte do Tribunal Superior de Justiça disse à agência Lusa que “a fase de instrução continua” e que “a situação de Mourinho é a mesma” daquela que tinha quando se apresentou para prestar declarações na manhã de hoje.
“Mourinho decidiu esta manhã não responder às perguntas feitas pelo procurador público e pelo advogado do Estado”, explicou a mesma fonte, acrescentando que se trata de uma “estratégia da defesa que é perfeitamente legal em Espanha”.
A audiência do treinador português foi de apenas cerca de 10 minutos porque apenas o seu advogado respondeu às perguntas, explicou a fonte do tribunal.
Já “paguei” o que tinha de pagar” e agora “acabou”, defendeu Mourinho à saída da audiência, em declarações à agência Lusa.
Em 2013, “quando saí do Real Madrid fui informado de que a minha situação fiscal estava toda regularizada”, explicou Mourinho, acrescentando que dois anos depois foi “informado” do contrário e que “para a regularizar, tinha de pagar uma determinada quantia”.
“Foi o que fiz” em 2015, insistiu o treinador português, garantindo que agora “o processo está fechado”.
A queixa foi apresentada em junho passado pelo Ministério Público espanhol, que calcula os montantes em falta em 3.304.670 euros, dos quais 1.611.537 relativos a 2011 e 1.693.133 referentes a 2012.
O técnico português, que agora treina os ingleses do Manchester United, apresentou as suas declarações fiscais de 2011 e 2012 em Espanha, mas sem incluir as receitas obtidas com a cedência dos direitos de imagem a empresas com sede em paraísos fiscais.
Em julho de 2015, Mourinho reconheceu a falta da declaração de direitos de imagem e aceitou pagar uma coima de 1,14 milhões de euros, mas, para o fisco espanhol, o caso não ficou na altura totalmente resolvido.
Mourinho orientou o Real Madrid entre 2010 e 2013.
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