Oito golos, sete assistências na La Liga. E isto só no arranque da temporada e decorridas apenas seis jornadas. Os números impressionam porque batem qualquer registo, mesmo de Ronaldo e Messi neste século na La Liga.

A consistência do dianteiro de 33 anos tem sido destacada, mas não porventura com a mesma cobertura mediática da de Cristiano Ronaldo ou Messi. O dianteiro francês não consegue cair no goto da maioria - ultimamente sim -, talvez também devido a alguns problemas pessoais extra campo, como foi o caso Valbuena. Recorde que o francês chegou a ser detido por suspeita de chantagem sobre o médio e colega de equipa Mathieu Valbuena - polémica que o manteve afastado durante bastante tempo da seleção francesa.

O dianteiro chegou ao Real Madrid em 2009, no ano em que chegou também CR7 - e foi contra o Desportivo da Corunha que apontou o seu primeiro golo no Santiago Bernabéu frente ao Xerez. São 12 temporadas em Madrid, clube onde o francês cimentou a sua posição na história do clube. São 287 golos apontados. Número ainda assim longe dos registos de Cristiano Ronaldo, que é o melhor marcador da história dos 'blancos', com 451 golos marcados em 438 partidas oficiais.

Só que o francês não é apenas um jogador que marca, mas também assiste e muito. Um atacante ao serviço do coletivo. Esta temporada já leva sete assistências. No total são 137. O que significa que nas 12 temporadas - iniciou agora a 13.º - no emblema merengue esteve envolvido em cerca de 424 golos apontados pelo Real Madrid.

Benzema é por isso o melhor avançado da La Liga, não só pela frequência com que abana as redes mas pelas suas características. Conseguiu sempre adaptar-se à passagem de vários jogadores e treinadores na equipa merengue, talvez por isso muitos o consideram uma espécie de avançado camaleónico, pela forma como se consegue adaptar às metodologias introduzidas pelas equipas técnicas que têm assumido o banco do maior clube de Madrid ao longo dos anos. É essa capacidade de reinvenção que faz dele um perigo à solta e quem sabe - como adianta o jornal 'Marca' num artigo de opinião desta quinta-feira - o sucessor de Messi como figura atual da La Liga.

A nível coletivo soma quatro Champions, quatro mundiais de clubes, três Supertaças europeias, três títulos da La Liga, Duas Copas do Rei e três Supertaças espanholas.

No dia de ontem na análise à goleada sobre o Maiorca (6-1), Ancelotti não poupou elogios ao atacando, elogiando precisamente a sua polivalência: "O facto de marcar tantos golos pode levar-nos a esquecer que também faz boas combinações com os companheiros de equipa e que desce no terreno para fazer assistências. É um avançado que não se limita a marcar golos. É um jogador completo em todos os sentidos", destacou. Passaram os técnicos, sete  para ser exato (Manuel Pellegrini, José Mourinho, Carlo Ancelotti, Rafael Benítez, Zinedine Zidane, Julen Lopetegui, Santiago Solari), com Zidane e Ancelotti a repetirem as passagens pelos merengues.

Nos anos de Mourinho, sofreu com a passagem do português. Não marcou tantos golos e não foi tão indiscutível. Em Madrid, com Ronaldo, jogou para ele e era o seu assistente preferencial. Benzema é o que é. Um avançado moderno, que consegue ler o jogo, antecipa as jogadas, um pêndulo que vem atrás e à frente, arrasta os defesas, e que consegue dançar sem bola. É por isso um caso de estudo e um modelo a seguir para quem quer ser caçador de balizas no futuro. É (ainda) a principal referência do Real Madrid.