A 24 de maio de 2013, o Ministério Público acusou o Moreirense, enquanto pessoa coletiva, de seis crimes de corrupção ativa. O vice-presidente Orlando Alinho e Pedro Magalhães, filho do presidente do clube Vítor Magalhães também foram acusados, em co-autoria, dos mesmos crimes.
O presidente do Moreirense também foi suspeito durante a investigação, mas não foram encontradas provas contra ele. Há ainda dois antigos jogadores no mesmo processo, Nuno Mendes e Sérgio Grilo, que eram alegadamente os responsáveis por entrar em contacto com jogadores dos outros clubes.
Em causa está um esquema de aliciamento, ou tentativa de aliciamento, de jogadores para que estes prejudicassem os seus clubes em deterimento do Moreirense. O objetivo era que a equipa de Moreira de Cónegos conseguisse os pontos necessários para deixar a segunda liga e ingressar na principal liga portuguesa.
Na reta final da temporada 2011/2012, o Moreirense terá subornado seis jogadores da Naval 1º de maio e do Santa Clara para que estes facilitassem os jogos das jornadas 28 e 29 respetivamente. O primeiro jogo terminou com uma vitória do Moreirense, por 2-1, já no segundo, a equipa não foi além de um empate, por 2-2. No entanto, o Moreirense consegui mesmo subir à primeira liga, juntamente com o Estoril Praia.
Os alvos
Os jogadores abordados foram Lourenço e Paulo Grilo, do Santa Clara, e ainda João Pedro, Hugo Santos, Manuel Godinho e Williams, da Naval. O antigo jogador do Moreirense Nuno Mendes entrou em contacto com estes jogadores para lhes oferecer entre cinco mil euros a 7500 euros. Todos os jogadores rejeitaram a verba, exceto Williams.
Era pedido aos jogadores que tivessem um mau desempenho no jogo contra o Moreirense fossem expulsos, fizessem um penálti, falhassem passes ou corressem para os lados.
O brasileiro que na altura representava a Naval 1º de maio aceitou o suborno e encontrou-se com Nuno Mendes dois dias antes do jogo Naval-Moreirense. Nessa partida, Williams foi expulso com cartão vermelho direto. Dias depois, recebeu cinco mil euros no parque de estacionamento do Estádio do Dragão.
O processo
A investigação começou quando dois dos jogadores que foram aliciados, Manuel Godinho e Hugo Santos, terem denunciado o caso à Polícia Judiciária.
As prova contra o Moreirense assentam em mensagens telefónicas, consulta de Facebook, fotografias, documentos apreendidos (entre os quais extratos bancários), outras provas documentais, análise de contatos, movimentos de autoestradas, escutas telefónicas e informações bancárias, entre outros.
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