A investigação da polícia catalã no processo ‘Barçagate’ apurou que o FC Barcelona simulou despesas com a academia de futebol, para financiar uma alegada campanha difamatória contra adversários do ex-presidente Josep Maria Bartomeu, noticia hoje a EFE.
De acordo com a agência noticiosa espanhola, com base no relatório policial, o FC Barcelona simulou o pagamento 192.000 euros, fracionados em prestações mensais, à empresa Tantrasoft, pertencente ao grupo que detém a I3 Ventures, simulando gastos com a academia, conhecida por La Masia.
A investigação da polícia catalã também apurou que algum responsável do FC Barcelona “cedeu dados pessoais de sócios do clube, com o intuito de serem utilizados para fins de propaganda, contra possíveis opositores e críticos da direção”.
Bartomeu e Jaume Masferrer, ex-diretor da presidência do clube espanhol, saíram na terça-feira em “liberdade provisória”, após terem comparecido perante um juiz, no âmbito da investigação do processo ‘Barçagate’.
Os dois antigos dirigentes foram colocados em liberdade, após terem passado a noite sob detenção, mas “permanece aberta a investigação” sobre crimes de corrupção e outros delitos criminais, informou o Tribunal Superior da Catalunha, em comunicado.
Bartomeu e Masferrer decidiram não prestar declarações em tribunal, tal como já tinha acontecido perante as autoridades policiais, à semelhança do que fizeram o diretor geral do clube, Óscar Grau, e o diretor jurídico, Román Gómez Ponti, que saíram em liberdade na segunda-feira.
As autoridades regionais da Catalunha realizaram buscas em cinco locais, entre empresas e particulares, com o intuito de encontrar material útil para a investigação, confirmando que um dos locais alvo das buscas foram “departamentos específicos” em Camp Nou, estádio do Barcelona.
O clube reagiu ainda na segunda-feira, em comunicado, confirmando a existência de buscas, na sequência de mandados emitidos pelo 13.º Tribunal de Instrução de Barcelona, “encarregue do caso sobre o uso de serviços de monitorização de redes sociais”.
“O FC Barcelona ofereceu a colaboração plena com as autoridades judiciais e policiais, para ajudar a descobrir os factos pertinentes para a investigação. A informação e documentação requerida está relacionada apenas com este caso”, indicava a nota.
Além dos escritórios em Camp Nou, os ‘mossos d’esquadra’ realizaram buscas também na sede da I3 Ventures e da Telampartner, duas empresas alegadamente contactadas para agir nas redes sociais contra adversários e atletas que se opunham à direção de Bartomeu.
O ‘Barçagate’ partiu de uma denúncia de um grupo de adeptos, cujo processo segue em segredo de justiça até 10 de março, e, segundo a comunicação social espanhola, relaciona-se, entre outros, com uma campanha de difamação levada a cabo contra concorrentes da administração de Bartomeu.
O clube está a quatro dias de eleger um novo presidente, no domingo, com três candidatos a concurso: Joan Laporta, antigo líder do emblema, entre 2003 e 2010, o empresário Victor Font e o antigo diretor Toni Freixa.
Bartomeu, de 58 anos, foi presidente do 'Barça' entre 2014 e 2020, com Carles Tusquets a sucedê-lo, de forma interina, a partir de outubro do ano passado, após muita pressão de adeptos e até de atletas, como o futebolista argentino Lionel Messi, que ameaçou sair no verão de 2020.
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