A garantia é do presidente da Liga de Futebol espanhola: esta época de futebol é para terminar, seja de que forma for. Numa videoconferência com jornalistas de meios de comunicação social estrangeiros, Jaiver Tebas garantiu que as ligas de futebol podem voltar mais cedo que o previsto.
"Estamos a considerar a ideia de voltar a jogar, em Espanha e noutros países europeus, a 29 de maio ou, alternativamente, a 6 de junho. Para as competições europeias, 28 de junho. Não podemos dar uma data exata, será dada pelas autoridades em Espanha", começou por explicar o líder da Liga Espanhola, citado pela 'Gazetta dello Sport'.
Segundo Tebas, o futebol deverá regressar em Espanha ainda sem adeptos, seguindo-se um período de capacidade reduzida nas bancadas, enquanto alguns clubes estarão privados dos seus estádios por já terem obras anunciadas para os meses do verão.
A UEFA tem estado em conversa com os as suas federações e respetivas ligas, de modo a tentar perceber quando será seguro voltar a jogar. Mas antes de se começar a jogar, é preciso começar a treinar, respeitando o protocolo de retoma de atividade delineado por cada país.
Nenhum clube espanhol jogou futebol desde 11 de março, quando o Atlético de Madrid eliminou o campeão europeu Liverpool da Liga dos Campeões, e o presidente de ‘La Liga' garante que ninguém regressará aos treinos enquanto durarem as medidas de emergência no país devido à pandemia de covid-19.
Ainda é preciso terminar a Liga dos Campeões e a Liga Europa mas está difícil encontrar datas e formas de o fazer, face a pandemia de COVID-19. Estão em estudo dois planos possíveis para completar 2019/20: um próximo ao que já decorria, com jogos europeus à semana e dos campeonatos domésticos aos fins de semana, e outro com todos os jogos nacionais disputados em junho e julho e os europeus entre julho e agosto.
"A segunda hipótese é começar com as ligas nacionais no início de junho com a esperança de terminar em julho e depois completar as competições europeias entre julho e agosto", completou Javier Tebas, antes de deixar uma garantia: está fora de hipóteses cancelar a época atual em Espanha e noutros campeonatos importantes. Esta época é para terminar, nem que seja à porta fechada.
Ora todos os cenários equacionados pelo presidente da Liga Espanhola pressupõem perdas avultadas para o futebol devido a pandemia de COVID-19.
"[Terminar a época como está ] traria uma perda quantificável em mil milhões de euros. Se terminarmos à porta fechada, os danos económicos serão de 350 milhões de euros. Se pudéssemos jogar com público, as perdas seriam de 150 milhões", garantiu, explicando que os clubes da Liga Espanhola já receberam 90 por cento do total das verbas dos direitos televisivos.
"Se não jogássemos, teríamos de renunciar aos 10 por cento em falta e teríamos de devolver 18 por cento que já antecipámos", completou.
Tebas admite que a Liga espanhola poderá ter de devolver algum do dinheiro recebido pelos direitos de transmissão televisiva, mas tem sido "quase impossível" conseguir que os jogadores aceitem uma redução salarial, uma medida tomada em Inglaterra, por exemplo, para ajudar a combater o impacto.
Em Espanha, o Atlético de Madrid e o FC Barcelona já anunciaram acordos individuais com os seus jogadores.
"Não podem prosseguir as suas atividades de forma normal, por isso deve haver uma redução, mas não chegamos a acordo com o sindicato. Os clubes têm duas opções: o ‘lay-off' temporário [oito clubes das duas primeiras divisões já o pediram], ou acordos individuais com jogadores", acrescentou.
Estes cenários traçados por Javier Tebas implicarão mexer nos contratos dos jogadores, cujos vínculos com os clubes terminam no dia 30 de junho. O líder da Liga Espanhola sublinha que os mesmos deverão ser ampliados e que o próximo mercado de transferências prolongado, de forma a dar tempo às equipas para se reajustarem.
Tebas também foi inquirido sobre a possibilidade de a Liga Espanhola perder Lionel Messi para Itália, tal como aconteceu com Cristiano Ronaldo, que trocou o Real Madrid pela Juventus. Uma situação que desvalorizou, tal como já tinha feito com o craque português.
"Claro que gostaria que Messi ficasse em Espanha, mas se sair não será dramático: falou-se que a Liga espanhola perder dinheiro sem Cristiano Ronaldo e a verdade é que acabou por ganhar, mesmo em Portugal. Os grandes jogadores ajudam, mas não são essenciais para um campeonato", atirou.
O Inter Milão está atento à estrela do Barcelona e pondera avançar para a sua contratação no próximo mercado de verão.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS), registaram-se 345 mortes 12.442 casos de infeções confirmadas, contando-se 184 doentes recuperados.
*Artigo atualizado às 14h44
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