Felipe, que vive em Madrid depois de se ter transferido do FC Porto para o Atlético, assume que está muito descontente com a forma como os espanhóis estão a viver esta crise, tudo por causa da "loucura" com a correria às compras, deixando os supermercados vazios.
"Sinceramente, aprendi muita coisa. Assim que tudo isso começou, as pessoas entraram numa loucura, começaram a comprar de tudo e em grandes quantidades, sem que ninguém pensasse no próximo, a fazer tudo por si próprio. Isso fez com que faltasse para os necessitados, até mesmo em relação aos medicamentos, visto que falaram que existia um que curava o novo coronavírus. Isso não foi bonito. Vou levar isso tudo como lição, porque ninguém pensa no próximo. Fiz a minha parte, comprei e continuo a comprar apenas o que é preciso. Penso em quem mais precisa, penso em ajudar o próximo. Eu e a minha esposa temos feito o nosso papel. O povo entrou na loucura e esqueceu das pessoas que estão ao lado", começou por dizer o defesa brasileiro que passou pelo FC Porto entre 2016 e 2019.
"Creio que aqui as coisas se vão normalizar daqui 15 ou 20 dias. Superar? Penso muito nas famílias que perderam os seus parentes. Isso é o mais complicado, uma terrível pandemia que apanhou todos de surpresa. A superação para elas seguramente vai ser muito mais difícil. Já sobre o futebol, assim que os campeonatos recomeçarem, acredito que a partir da segunda ou terceira jornada já vamos conseguir superar em parte a situação. Precisamos de continuar as nossas vidas", concluiu.
A Espanha é um dos países mais afetados pelo novo coronavírus, tendo decretado o estado de emergência em 14 de março último e tomado medidas muito rígidas de movimentação da população, que agora está toda confinada em casa, salvo os que asseguram os serviços essenciais.
O Governo espanhol tem de decidir nos próximos dias se vai prolongar o atual “estado de emergência” para além de 11 de abril e se suaviza as medidas muito duras de confinamento em vigor.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
O continente europeu, com cerca de 560 mil infetados e perto de 39 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 13.915 óbitos em 115.242 casos confirmados até quinta-feira.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 10.935, entre 117.710 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos, com 6.058 mortos, são o que contabiliza mais infetados (245.573). Na quinta-feira, registaram o número mais elevado de óbitos num só dia num país (1.169).
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