É mais um dado no 'caso Negreira': um antigo árbitro revelou que está a ser alvo de pressões por parte do ex-vice-presidente do Comité Técnico dos Árbitros, José María Enríquez Negreira, acusado de ter recebido 7,3 milhões de euros entre 2001 e 2018, do Barcelona.
Sergi Albert Giménez conta que encontrou uma bala no seu lugar de estacionamento na garagem que, até há pouco tempo, pertenceu ao filho de Negreira.
"Para mim, é uma ameaça. E pode vir de quem rodeia Enríquez Negreira. O filho dele, como proprietário do lugar, sabia que eu também tenho um lugar de estacionamento ali. Na verdade, até coincidimos em reuniões de condomínio. Isso chama-me muito a atenção, que me deixem uma bala no luga", disse Sergi Albert Giménez à Radio Marca.
Em março, o FC Barcelona, vários seus ex-dirigentes e o ex-responsável da arbitragem José Negreira foram indiciados por corrupção, abuso de confiança e registos comerciais falsos, num caso de pagamentos avultados ao antigo árbitro de futebol.
O Ministério Público apresentou uma denúncia formal no Tribunal de Instrução número 1 de Barcelona contra o clube, enquanto pessoa jurídica, bem como contra os seus antigos presidentes, nomeadamente Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell.
O caso surgiu na sequência de investigações que o Ministério Público de Barcelona iniciou há cerca de um ano e que dão conta de que o antigo responsável da arbitragem espanhola recebeu, através de uma empresa, quase sete milhões de euros por suposta assessoria, verbal, ao clube, entre 2001 e 2018.
Este caso, no qual o clube catalão é associado ao crime de corrupção em negócios de forma continuada, foi apenso a um outro, resultante de uma denúncia apresentada nas últimas semanas pelo antigo árbitro e atual videoárbitro Estrada Fernández contra Negreira e a empresa Dasnil 95, por corrupção desportiva.
Supostas irregularidades fiscais cometidas pela empresa de Negreira expuseram, em maio de 2022, os pagamentos recebidos pelo antigo vice-presidente da Comissão Técnica de Árbitros.
De acordo com a justiça espanhola, o Barcelona “manteve um acordo verbal estritamente confidencial” com José Negreira, de forma a que este, “a troco de dinheiro, realizasse ações tendentes a favorecer o Barcelona na tomada de decisões dos árbitros” nos seus desafios.
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