Mouctar Diakhaby voltou a falar do alegado caso de racismo que sofreu durante o jogo com o Cádiz. Em entrevista ao jornal desportivo 'As', o jogador do Valência voltou a confirmar o que terá dito o jogador do Cádiz e diz esperar que o mesmo seja castigado.
"Acredito que se tenha magoado e disse-me aquilo quando se estava a levantar. Nas imagens vê-se que se vira ligeiramente para mim e a última palavra que diz é 'mierda'. Não conheço Cala pessoalmente, não posso dizer se é racista, mas disse uma frase racista e tem de ser castigado por isso. Porque se deixamos passar estas coisas nunca vamos conseguir erradicar o racismo da sociedade. Diz-se muitas vezes 'STOP ao racismo', mas procuram-se poucas soluções. Temos de ser duros com estas ações", defendeu o francês de 24 anos.
Num comunicado divulgado na última sexta-feira, a Liga Espanhola de Futebol disse que não encontrou "em nenhum dos meios de comunicação disponíveis" qualquer indício de que o jogador de Cádiz Juan Cala tenha proferido insultos racistas contra Mouctar Diakhaby, do Valência.
Diakhaby admite que, se não for provado o que disse Cala, entende que se aplica o princípio de inocência no caso: "Se não houver provas, será palavra contra palavra, e não acredito que ele seja castigado. Mas espero que haja provas e que se faça tudo para as encontrar".
Nas mesmas declarações ao 'As', o jogador francês deixou fortes críticas Javier Tebas, presidente da Liga Espanhola, que chegou a dizer que Diakhabi teria entendido mal as palavras de Cala.
"Li a declaração do senhor Tebas e ri-me. Não dá para explicar. Se tivesse dito que não tinham provas contra Cala, eu entenderia. Mas o que ele disse é que eu tinha percebido mal. E isso é muito estranho. Este já é o meu terceiro ano em Espanha e percebo quase tudo. Além disso, essas palavras são muito fáceis de entender", explicou.
Decorria o minuto 29 do encontro de domingo no Estádio Ramón de Carranza, quando, na sequência de um livre a favor do Cádiz, Cala e Diakhaby trocaram argumentos dentro da área valenciana, levando, posteriormente, o central francês a percorrer meio-campo para interpelar o adversário.
Depois de os jogadores das duas equipas terem separado Cala e Diakhaby, o francês foi admoestado com um cartão amarelo e esteve alguns segundos a explicar ao árbitro que tinha sido alvo de um insulto racista, antes de se retirar de campo, acompanhado por todos os jogadores ‘che’, entre os quais os portugueses Thierry Correia e Gonçalo Guedes.
A equipa do Cádiz também seguiu o caminho dos balneários e o encontro esteve interrompido cerca de 25 minutos. Embora o Valência tenha regressado ao relvado para retomar o jogo, fê-lo já sem Diakhaby, que foi substituído por Hugo Guillamon.
O Cádiz venceu a partida por 2-1, tendo Juan Cala, que negou posteriormente as acusações de Diakhaby, marcado o primeiro golo dos andaluzes.
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