Numa temporada com três meses de paragem devido à pandemia do novo coronavírus, a COVID-19, tornou-se novamente o protagonista na segunda divisão do futebol espanhol, após o adiamento do jogo entre Deportivo La Coruña e Fuenlabrada, decisivo tanto para a fase de definição ("playoff") de quem passa para a elite como também em relação à permanência na Série B.
Os alarmes dispararam a meio da tarde de segunda-feira, algumas horas após o início da última e decisiva ronda da Segunda Divisão Espanhola, quando a imprensa local informou que pelo menos oito membros da equipe do Fuenlabrada, seis deles jogadores, tinham testado positivo à COVID-19.
E se havia um jogo em que tudo dependia, não era outro senão esse, onde o Corinha jogava tudo para permanecer na categoria e o Fuenlabrada procurava garantir um lugar no playoff.
Após discussões entre a LaLiga, organizadora da competição, a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e o Conselho Superior de Esportes (CSD, órgão governamental), acordou a suspensão do encontro entre os galegos e a equipa de Madrid, mas resolveu manter a restante ronda do campeonat.
"É a solução que melhor protege a saúde dos jogadores e a integridade geral da competição", justificou a entidade organizadora do torneio.
Mais tarde, a imprensa espanhola informou que o encontro adiado seria disputado no dia 30 de julho e que o playoff de apuramento, do qual participam as equipas que se classificaram entre o 3.º e 6.º, seria adiado para 2 e 5 de agosto (meias-finais) e 8 e 11 (final).
Após a realização da última ronda da Segunda Divisão, o Deportivo, que não dependia de si mesmo, teve a descida confirmada após as vitórias do Albacete e Lugo, contra o Cádiz e Mirandés, respetivamente.
O problema agora é que o Fuenlabrada, que, após os resultados do dia, perdeu o seu lugar no playoff de subida, sendo ultrapassado pelo Elche, mas ainda com hipóteses de lá chegar, para isso precisa simplesmente de empatar com o já rebaixado Deportivo.
A decisão das autoridades do futebol de manter os jogos da última rodada da Série B, excepto o Deportivo La Coruña-Fuenlabrada, causou indignação entre os clubes que se sentiram prejudicados.
"O normal seria suspender a jornada. Lugo e Albacete têm vantagem". Nos sentimos muito em desvantagem", denunciou Fernando Vázquez.
Tanto a outra equipa que desceu na segunda-feira, o Numancia, quanto os clubes que disputam com o Fuenlabrada uma vaga no playoff, Elche e Rayo Vallecano, denunciaram que com a manutenção da ronda não são cumpridas as "normas de igualdade e integridade da competição", denunciando até a "adulteração" do torneio.
Esses três clubes anunciaram que vão defender seus direitos nos tribunais e denunciaram que foram forçados a jogar "sob ameaça de perda de pontos".
No caso da equipa do Elche, seus jogadores também estavam preocupados em jogar contra o Fuenlabrada apenas três dias antes, sem saber se poderiam ou não estar infectados.
As autoridades do futebol espanhol vão enfrentar nos próximos dias um tremendo quebra-cabeça para tentar uma resolução do campeonato que possa deixar todos satisfeitos.
A LaLiga informou que a equipe de Fuenlabrada terá que permanecer isolada por 10 dias no hotel em que estava hospedada em La Coruña e que entre os jogadores infectados - doze casos positivos entre jogadores e pessoal técnico, de acordo com os dados mais recentes publicados pela imprensa - terão que ter pelo menos dois recuperados da doença antes do dia 30 para terem autorização para participar do encontro decisivo.
O que não se sabe ainda é como vão treinar nos 10 dias que antecedem o encontro.
E o Elche deve treinar mais 10 dias sem saber se finalmente jogará a fase de qualificação para a La Liga.
Além disso, os jogadores da equipa que vencer o playoff mal terão tempo para as férias antes do início da temporada na Primeira Divisão, que está marcada para dia 5 de setembro.
A solução não parece fácil e, se os clubes forem a tribunal, isso poderá ter consequências para a próxima temporada da segunda e primeira divisões.
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