Marco Van Basten foi um dos mais lendários futebolistas da década de 1980 e inicio da década de 1990. Consecutivas lesões, contudo, condicionaram a sua carreira e ditaram um fim prematuro da mesma. Ajudou a Holanda a sagrar-se campeã da Europa, o Milan a conquistar a Taça dos Campeões, venceu a Bola de Ouro três vezes, mas pendurou as chuteiras quando tinha apenas 30 anos.
Aventurou-se, depois, no mundo nos negócios, mas as coisas não correram bem, como conta na sua autobiografia, "Frágil, a minha história", chegando a comparar mesmo a situação que viveu à do filme "O Lobo de Wall Street". É que Marco van Basten investiu 20 milhões de euros num banco holandês em 1999 e em 2002, face à crise financeira que se viveu na altura, já só treze.
Em 2001, o fisco holandês exigiu-lhe 32,8 milhões de euros para liquidação iminente. Na sua autobiografia, o antigo jogador fala abertamente do resultado dos seus maus investimentos, do excesso de confiança e da sua ignorância na matéria.
"Sinto que é um bom momento para contar a minha história. A partir da minha perspetiva. De dizer a minha verdade. A história que nunca contei. Nela poderei esclarecer algumas coisas, sem piedade de ninguém, muito menos de mim mesmo. Chegou a hora", começa por escrever Van Basten.
Van Basten começa por recordar a sua infância, o seu "desejo cego" de querer ser o melhor do mundo, a sua relação com compatriota e lenda Johan Cruyff, a quem substituiu no dia em que estreou pelo Ajax e, claro, o calvário que viveu com as lesões. Depois, conta os problemas financeiros inesperados por que passou.
Van Basten revê sua infância, seu "desejo cego" de querer ser o melhor do mundo; sua relação com seu compatriota e lenda Johan Cruyff, a quem substituiu no dia em que estreou pelo Ajax; claro, sua lesão interminável no tornozelo; e problemas financeiros inesperados.
Começou por investir dois milhões de euros e, no final de 1999, "tudo", mais de vinte milhões, sublinha no livro. Em setembro de 2002, descobriu que já só tinha 13 milhões, o resto tinha-se esfumado, explica o jogador.
Pelo meio, uma inesperada e pouco desejada carta das finanças. "O Sr. Van Basten é condenado a pagar integralmente o atual acordo tributário da Agência Tributária da Holanda até de 31 de dezembro de 2001: 32,8 milhões de euros", dizia a carta. Van Basten descobriu mais tarde que o valor dizia respeito ao facto de ter vivido no Mónaco e regressado à Holanda, em 1998, e que a multa era de 100% mais juros. Confiou, na altura, num advogado e numa grande sociedade de consultoria tributária para evitar tais problemas, mas não correu como esperava.
Van Basten optou então por salvar seus ativos existentes e começar do zero. Depois de uma jornada árdua, chegou a um acordo com as finanças em 2005. "Alguém viu o Lobo de Wall Street? Mais tarde entendi que era um pouco como naquele filme", reconhece o antigo internacional holandês, autor dauqele que muitos dizem ter sido o melhor golo da história dos Campeonatos da Europa de Futebol, em 1988, frente à URSS.
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