Karim Benzema revelou hoje que vencer a Bola de Ouro é um “sonho de criança”, concretizado aos 34 anos, como avançado dos espanhóis do Real Madrid e da seleção de França.
“Ver este troféu à minha frente é motivo de orgulho. Penso em quando eu era pequeno, todo o trabalho, nunca desisti... É um sonho de criança, cresci com isto na cabeça”, assumiu o internacional gaulês, que sucede a Lionel Messi.
Benzema, de origem argelina, cresceu em Lyon no conflituoso bairro de Bron, sendo salvo pelo futebol que o afastou dos problemas e o fez trabalhar para atingir o nível de um dos seus maiores ídolos, o brasileiro Ronaldo Nazário.
“É a Bola de Ouro do povo. Este sonho de criança tem muito trabalho e também muitos momentos difíceis, como quando não podia ir à seleção. Mas não me deixei abater, continuei a trabalhar nos treinos, pensando que tinha a sorte de jogar futebol. Estou orgulhoso da minha carreira”, assumiu.
Benzema recordou a família humilde, dedicou o troféu à sua mãe, que subiria ao palco, tal como o seu pai e filho, e recordou que “não há idade” para se chegar a melhor do Mundo do futebol, sendo o mais veterano a consegui-lo, desde o britânico Matthews em 1956.
“Não há idade, cada dia mais jogadores depois dos trinta mostram vontade de melhorar. Treino mais do que os outros e isso permitiu-me, depois dos 30, manter sempre o sonho de ganhar, evoluindo”, vincou.
Deixou ainda um elogio ao “ídolo” Ronaldo Nazário, considerando que “não há outro avançado” como o brasileiro e que o que este fez “é impossível de repetir”, classificando-o como um “fenómeno” para todos os atacantes.
A espanhola Alexia Putellas, do FC Barcelona, que repetiu o êxito de 2021 como melhor futebolista, disse que “permanecer no topo é muito mais difícil” do que chegar lá, assumindo que trabalha para prolongar o sucesso no tempo.
Disse estar “muito feliz” e congratulou-se pelo facto do prémio dizer respeito a “toda a época”, recordando que uma lesão no joelho a fez perder o Europeu feminino, facto que a fez pensar que dificilmente “ganharia o troféu pela segunda vez”, já que imaginou que os êxitos “mais recentes” são habitualmente mais tidos em conta.
"No ano passado, quando consegui conquistar o troféu pela primeira vez, prometi a mim mesmo que iria melhorar para me colocar ao serviço da equipa. Sem elas eu não estaria aqui, eu não poderia ter vencido. Amo-as a todas e agradeço-lhes”, completou.
Também do FC Barcelona, Gavi, de 18 anos, foi considerado o melhor sub-21 – “uma honra receber um prémio tão grande” – e congratulou-se por receber o prémio das mãos do compatriota e colega de equipa Pedri, “um grande jogador”, a quem sucede.
Robert Lewandowski, avançado polaco do FC Barcelona, e ex-Bayern Munique, vencedor do Troféu Gerd Müller para o melhor marcador da época 2021-2022 (57 golos em todas as competições), disse estar “encantado e orgulhoso”, recordando a “inspiração” de quem dá o nome ao prémio.
“Sei que há uma nova geração a chegar, mas ainda estou aqui. Estou muito feliz por ter marcado na Alemanha 41 golos, mais um do que o recorde de Müller. Isso significa muito”, confessou.
Courtois, distinguido enquanto guarda-redes, agradeceu aos companheiros do Real Madrid: “É um orgulho pertencer a esta equipa, que teve uma época incrível”.
O novo prémio Sócrates, que destaca o compromisso de futebolistas com projetos sociais e de beneficência foi entregue a Sadio Mané, atacante senegalês ex-Liverpool e que agora defende o Bayern de Munique.
"Estou realmente muito feliz por estar aqui e, mesmo que às vezes seja um pouco tímido, estou feliz por fazer tudo o que faço por todas essas pessoas em casa [no Senegal] para que a vida seja melhor”, declarou.
A Bola de Ouro é um prémio atribuído pela revista francesa France Football, que, desde 1956, premiou o melhor jogador do ano (até 1994 apenas o melhor europeu a atuar na Europa) e agora passou a galardoar o melhor futebolista da época.
Comentários