Espera-se que os clubes europeus percam 8,7 mil milhões de euros em receitas, enquanto lutam para lidar com os efeitos devastadores da pandemia, adianta um relatório da UEFA publicado na quinta-feira.
O estudo anual do organismo revela que a projeção de perdas para as épocas de 2019/2020 e 2020/2021 é de 7,2 mil milhões de euros para os clubes de topo e de 1,5 mil milhões para os restantes.
Na abertura, Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, disse: "No relatório ao ano passado, disse que o futebol europeu estava forte, unido, resiliente e pronto para os novos desafios".
"Contudo, ninguém poderia prever que seriamos confrontados com o maior desafio colocado ao futebol, ao desporto e à sociedade nos tempos modernos".
As ligas nacionais e as competições de clubes da UEFA - a Champions e a Liga Europa - foram maioritariamente jogadas à porta fechada, desde que a pandemia atingiu a Europa no início de 2020.
"Todos os níveis e todos os cantos do futebol profissional sofreram um forte impacto", lê-se no relatório do organismo. "Os clubes muito dependentes das assistências nos estádios foram particularmente atingidos pela pandemia".
Como resultado de orçamentos cortados, o valor gasto pelos clubes europeus na janela de mercado do último verão caiu 39 por cento.
A reduçãonas receitas obrigaram a UEFA a aliviar temporariamente as regras do Fair Play Financeiro (FFP), que servem para assegurar que os clubes não gastam mais do que o que ganham.
Contudo, Ceferin admitiu que mudanças mais permanentes podem ser necessárias.
O Manchester City reverteu uma suspensão de dois anos imposta pela UEFA por quebrar as regras do FFP no Tribunal Arbitral do Desporto, no ano passado.
No que poderia ter sido a primeira época dessa suspensão, o Manchester City chegou à final da Liga dos Campeões pela primeira vez, onde irão defrontar o Chelsea no próximo dia 29 de maio.
"Este relatório mostra que vivemos uma nova realidade financeira e esta-se a tornar claro que os regulamentos do Fair Play Financeiro têm de ser adaptadas e atualizadas", disse Ceferin.
"A sustentabilidade financeira continuará a ser o nosso objetivo, e a UEFA trabalhará em equipa com o futebol europeu para equipar o nosso desporto com novas regras para um futuro risonho".
Numa nota mais positiva, o relatório analisou milhares de jogos e revelou uma redução significativa das vitórias em casa, de 45 por cento no pré-COVID para 42 por cento no pós-COVID, além de identificar uma redução de realçar no número de cartões amarelos e vermelhos nas equipas visitantes.
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