O presidente da Indonésia pediu hoje que se evite politizar o Mundial de futebol de sub-20, depois de a FIFA ter cancelado o sorteio, apesar de ter sido o país organizador que tentou vetar a participação de Israel.
Em mensagem divulgada nas redes sociais, Jokowi Widodo, assinalou que “não se deve misturar desporto e política”, reconhecendo que o organismo regulador do futebol mundial “tem regras às quais os seus membros devem obedecer”.
Na segunda-feira, os responsáveis do futebol indonésio informaram que não receberam uma justificação oficial para o cancelamento do sorteio, previsto para sexta-feira, em Bali, mas relacionaram a decisão da FIFA com uma carta do governador de Bali, Wayan Koster, na qual se opunha à participação de Israel.
Widodo anunciou hoje que ordenou ao presidente da Federação Indonésia de Futebol, Erick Thothir, que se deslocasse a Genebra, para se reunir com representantes da FIFA, com o objetivo de encontrar uma solução para o diferendo.
O Mundial de futebol de sub-20 de 2023 está previsto para o período entre 20 de maio e 11 de junho, em vários locais de Sumatra, Java e Bali, numa competição em que Portugal, que foi campeão do mundo em 1989 e 1991, não estará presente.
O cancelamento do sorteio seguiu-se a uma carta enviada em 14 de março ao governo indonésio, na qual se pedia o veto à participação de Israel, considerando que as políticas do país para com a Palestina não se coadunam com a Indonésia.
O governo da Indonésia, apoiante da causa palestiniana e que não mantém relações diplomáticas com Israel, já disse que não impedirá a participação dos israelitas, mas também garantiu que se manterá “consistente” na sua posição em relação ao conflito.
A Indonésia é o país com mais muçulmanos e integra a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que manifestou interesse conjunto em organizar o Mundial de futebol de 2034.
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