Rumores de uma gigantesca festa de final de ano organizada por Neymar no Brasil no meio de uma pandemia reavivaram a sua imagem de eterna criança mimada. As pessoas que envolvem o avançado do Paris Saint-Germain negam as notícias na imprensa brasileira, mas o silêncio do jogador, normalmente ativo nas redes sociais, fala por si.

Quando uma mulher apresentou uma queixa contra Neymar por violação no ano passado - um caso que, entretanto, caiu - o futebolista brasileiro não hesitou em revelar trocas de mensagens intimas com a acusadora.

Desta vez, ele está sossegado. Ele e o seu principal patrocinador, a Puma que tirou Neymar da Nike em setembro. Contactada pela Agence France-Presse (AFP), a marca alemã recusou comentar.

A recusa em negar a festa provocou uma reação nos media brasileiros.

"Seria tão mais simples que o Neymar fosse às redes sociais e dissesse que não tinha nada a ver com isto. LeBron James, Lewis Hamilton, Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo não fazem estas festas", disse Galvao Bueno da TV Globo na segunda-feira.

Juca Kfouri, outro jornalista desportivo veterano, foi mais longe, falando de "irresponsabilidade criminosa" num podcast do portal UOL.

"Não só não tem nada na cabeça, como é irresponsável, isto é um péssimo exemplo para o Brasil", disse Kfouri, recordando que o avançado de 28 anos já apareceu várias vezes junto ao Presidente Jair Bolsonaro, que tem repetidamente desvalorizado a importância do vírus.

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De acordo com os relatos, Neymar prepara uma 'rave' 'non-stop' de sete dias para 500 convidados [ndr. empresa pormotora fala em 'apenas' 150]  , tendo comprado um hangar abandonado para esconder os helicópteros VIP e os jatos privados.

"Ele não cometeu um crime"

Depois de uma série de épocas marcadas por lesões, fracassos em grandes jogos e criticas pelos seus 'mergulhos' quando era travado, Neymar ajudou o Paris Saint-Germain a chegar à sua primeira final da Liga dos Campeões.

A sua imagem voltou a melhorar quando ele e Kylian Mbappe lideraram os jogadores do PSG a abandonarem o relvado depois de um oficial de jogo ter tido uma atitude racista para com o treinador do Basaksehir, há três semanas durante uma partida da Champions.

"A sua imagem tem melhorado, mas já foi severamente danificada de novo, apesar de 2020 ter sido um dos seus melhores anos", disse o consultor de marketing desportivo Erich Beting à AFP.

Beting não pensa que o avançado vá perder patrocinadores.

"Normalmente a linguagem nos contratos é muito rígida. Mesmo que a atitude de Neymar seja moralmente repreensível, ele não cometeu um crime", disse Beting.

A lei do estado do Rio de Janeiro não proíbe festas em residências provadas. A câmara de Magaratiba, a estância balnear onde Neymar tem uma mansão na qual organiza festas, disse em comunicado "não ter o poder" para intervir.

"O problema de Neymar, que está habituado a organizar festas para o seu aniversário, é que passa a ideia de ser um tipo que não está ligado à realidade", disse Jerome Neveu, presidente e fundador da Advent, uma consultora francesa especializada em 'marketing de celebridades', à AFP em Paris.

"Ele é muito popular e tem muitos seguidores nas redes sociais, mas é muito divisivo. Existem pessoas que são enormes fãs e que lhe perdoam quase tudo", explicou Neveu. “Por outro lado, existem aqueles que não lhe perdoam nada e que lhe pedem que seja um exemplo".

*Título atualizado às 15h08

 

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