20 golos, sete assistências em 30 jogos. É este o cartão de visita que Paulinho apresenta nos relvados mexicanos esta época, onde vai brilhando ao serviço do Toluca. O avançado português de 32 anos está a tornar-se num caso sério no futebol mexicano, depois de ter trocado o Sporting pelo Toluca.

Esta época lidera a lista dos melhores marcadores do Torneio Apertura da Liga Mexicana com 13 golos, é o jogador mais impactante da prova, com 18 participações em golos (13 golos e cinco assistências), já depois de também ter sido o rei do golo no Torneio Clausula, com seis golos em oito partidas.

A rápida adaptação e o faro de golo de Paulinho pode ter surpreendido alguns mexicanos, mas não Nuno Campos. O técnico viu de perto o craque esta época, durante o tempo em que foi adjunto de Renato Paiva no Toluca, antes de o treinador trocar os mexicanos pelos brasileiros do Botafogo..

"O Paulinho só surpreende quem não o conhece porque para mim fez algo que não surpreendeu em nada, fruto da sua qualidade, do seu trabalho, do seu profissionalismo e com o que faz em campo... eu estava à espera de tudo o que ele já fez. Então, não me surpreendeu, pela sua qualidade acima da média", contou Nuno Campos, em entrevista telefónica com o SAPO Desporto.

Paulinho vai bem lançado para fazer a sua melhor época da carreira em termos de golos. Em 2019/20 marcou 25 e deu nove assistências em 48 jogos pelo SC Braga. Voltou a passar a barreira dos 20 tentos apenas em uma ocasião, no último ano no Sporting (2022/24), quando marcou 21 e deu seis a marcar. Os 20 golos que leva nesta época em apenas 30 partidas foi o máximo que alcançou na sua melhor e última época no Gil Vicente, em 2016/2017.

No final de fevereiro, Paulinho marcou na goleada (5-0) ao Querétaro, depois de ter feito um hat-trick na ronda anterior, nos 4-0 ao Juarez. Mas o que explica essa capacidade goleadora do internacional português, muitas vezes criticado no Sporting por não ser um goleador?

"O futebol mexicano é um pouco mais aberto do que na Europa, o que faz com que alguém que conheça tão bem o jogo, que se movimenta tão bem, crie muitas oportunidades de golo. A própria equipa também criava muitas oportunidades de golo para ele e isso tudo resulta na época fantástica que está a fazer", começa por explicar Nuno Campos.

"Por vezes descuramos um bocadinho o nosso campeonato, achámos que não tem tanta qualidade, mas a verdade é que nós, do ponto de vista da organização e do conhecimento do jogo, formámos muito bem os jogadores. E quando eles vão para fora, para alguns contextos, revelam-se jogadores com números muito interessantes", completa o treinador de 49 anos.

O antigo técnico do Tondela e do Santa Clara detalha ainda que, apesar de haver "muita qualidade individual" na Liga mexicana, não há "tanta qualidade coletiva do ponto de vista da organização".

"E isso faz com que, quando os jogadores têm mais qualidade e são mais conhecedores do jogo, tirem vantagem disso", termina Nuno Campos.