O Ministério Público brasileiro pediu na quinta-feira ao governador do Rio de Janeiro que vete a polémica lei que rebatiza o estádio do Maracanã de Edson Arantes do Nascimento – Rei Pelé.
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou em 10 de março a lei que para vingar definitivamente só precisa da assinatura de Cláudio Castro.
O Ministério Público entende que essa mudança de nome constituiria uma “violação do património imaterial dos adeptos-consumidores”.
Apesar de os legisladores ressalvarem que se trata de uma merecida homenagem em vida ao tricampeão mundial, a lei gerou uma intensa polémica por abandonar o jornalista Mário Filho, que hoje dá nome ao estádio que já foi palco de as finais dos mundiais de 1950 e 2014.
Mário Filho, além de um grande nome do jornalismo desportivo carioca, foi também fundamental na luta pela construção do Maracanã, quando defendeu a construção do maior estádio do mundo numa área carenciada.
“Tudo o que foi feito pelo meu avô não vai ser apagado por uma caneta e por pessoas que querem tirar algum benefício económico desta mudança de nome e esconder as suas intenções”, criticou um dos netos do antigo jornalista.
A mudança do nome do estádio, cuja lei depende somente da aprovação do governador, tem sido criticada não só por familiares de Mário Filho, mas também por historiadores e por alguns setores da imprensa.
O autor da lei, o deputado André Ceciliano, alegou que o complexo desportivo que abriga o estádio do Maracanã, que inclui a academia Maracanazinho, o parque aquático Julio Delamare e a pista de atletismo Célio de Barros, manterá o nome de Mário Filho, dando continuidade à homenagem ao jornalista.
Apenas o estádio de futebol, que também sediou a final de futebol e as cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, receberá o nome de Pelé.
“O rei Pelé é o maior jogador de todos os tempos. É uma justa homenagem. Embora não tenha dúvidas de que todos continuarão a chamá-lo de estádio do Maracanã”, disse o deputado, admitindo que o palco mítico dificilmente perderá o nome do bairro que o abriga.
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