O Ministério Público de Viena confirmou hoje ter aberto um inquérito por corrupção ao presidente da Federação Austríaca de Futebol (OFB), Leo Windtner, devido a um pagamento suspeito que recebeu em 2015 do antigo presidente da FIFA Joseph Blatter.
“Estamos a investigar alegações segundo as quais funcionários da OFB receberam 100.000 dólares por parte de responsáveis da FIFA no âmbito das eleições para a presidência do organismo", revelou o promotor do MP num comunicado enviado à agência France Presse, no qual refere que as investigações foram desencadeadas por “suspeitas de desfalque e de corrupção”.
Segundo os sites austríacos especializados Addendum e 90minuten.at, que revelaram publicamente a abertura deste inquérito, a quantia em causa foi paga no início de 2015 a uma Fundação dirigida pela esposa de Windtner.
“O dinheiro devia ser canalizado para uma academia africana de jovens futebolistas de talento”, disse o Procurador de Viena.
A investigação foi aberta em 2017 na sequência de uma queixa de uma associação desportiva local austríaca, que terá sido prejudicada na distribuição de subsídios.
O dinheiro foi inicialmente pago com erro pela FIFA à OFB, que recusou numa primeira fase alegando que não estava envolvida no projeto africano em causa, mas o presidente Leo Windtner insistiu para que o pagamento fosse feito diretamente à Fundação dirigida pela sua esposa, segundo os ‘sites’ Addendum e 90minuten.at.
Leo Windtner, de 67 anos, esteve na liderança do futebol austríaco desde 2008. Em maio de 2015, o OFB votou contra a reeleição de Blatter para um quinto mandato à frente da FIFA, preferindo apoiar o seu concorrente Príncipe Ali.
Num comunicado emitido hoje, Windtner afirmou não haver nada do que tenha feito que o faça sentir-se culpado e garantiu que irá aguardar serenamente o curso da investigação.
“Não prometi nada a Blatter, nem fiz com ele qualquer compromisso", disse Windtner, lembrando que a decisão de não votar no antigo presidente da FIFA foi tomada “por unanimidade” pelo Conselho Executivo da OFB.
Blatter, de 81 anos, acossado por inúmeras acusações de corrupção, acabou por abdicar da presidência da FIFA pouco tempo após a sua reeleição. Seria suspenso em dezembro de 2015 pelos órgãos jurisdicionais da FIFA por um período de oito anos, pena que seria reduzida para seis, na sequência de um controverso pagamento de 1,8 milhões de euros a Michel Platini, então presidente da UEFA.
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