A Inglaterra venceu esta quinta-feira os Estados Unidos por 3-0, num particular de preparação disputado em Wembley, Londres, marcado pela 120.ª e última internacionalização do ‘norte-americano’ Wayne Rooney.
Atualmente a jogar no DC United, Rooney, de 33 anos, foi chamado pelo selecionador inglês, Gareth Southgate, para um derradeiro jogo pela seleção, da qual é o melhor marcador, com 53 golos, e o segundo jogador com mais partidas (120), num encontro que também serviu para angariar fundos para a fundação do antigo jogador do Manchester United.
O ‘veterano’ não marcou, mas foi ovacionado ao entrar aos 58 minutos, para o lugar de Jesse Lingard, depois de o extremo do Manchester United ter inaugurado o marcador, aos 25 minutos, com um grande golo, um remate em arco após uma jogada pela esquerda de Dele Alli.
Dois minutos depois, numa jogada de insistência, o jovem Jadon Sancho encontrou na direita o lateral Alexander-Arnold, que fez o 2-0 que vigorou até ao intervalo.
No segundo tempo, e perante pouca reação dos norte-americanos, os ingleses chegaram ao terceiro, já com Rooney em campo, com Callum Wilson a marcar na estreia, na sequência de um cruzamento de Fabian Delph, aos 77.
Até final, Rooney, que recebeu ao entrar a braçadeira de ‘capitão’ e foi, aos 69 minutos, abraçado por um invasor de campo, foi tentando marcar o 54.º golo pelos ‘três leões’, mas Brad Guzan opôs-se às tentativas do avançado.
A primeira internacionalização
Wayne Rooney estreou-se pela seleção inglesa em 2003, com apenas 18 anos. Foi lançado por Sven-Goran Eriksson na segunda parte do encontro com a Austrália, que os ingleses viriam a perder por 3-1. A partida, contudo, ficaria na história por um motivo: fez de Rooney o mais jovem de sempre a representar a equipa principal do seu país.
Um tiro de 23 metros que fuzilou a Islândia
A poucos dias do arranque do Euro 2004, Rooney já havia chegado ao primeiro golo por Inglaterra – era também o mais jovem de sempre a marcar pelo seu país, com 17 anos e 317 dias – mas há qualquer coisa de especial neste golo apontado à Islândia, um remate forte e colocado, ‘sacado’ a cerca de 23 metros da baliza adversária, que deixou um ‘gostinho’ dos estragos que o avançado poderia fazer em Portugal.
A confirmação chamada Euro 2004
O próprio Rooney recorda a participação no Europeu de 2004 como a mais marcante ao serviço de Inglaterra. Uma exibição brilhante diante da então detentora do título França, seguida de quatro golos em dois jogos com a Suíça e a Croácia. “O que seria se não tivesse saído lesionado dos quartos de final com Portugal?”, questiona o Sky Sports.
O volley contra a Rússia
Mais um golo de antologia do avançado, desta feita frente à Rússia, na qualificação para o Europeu de 2008. Michael Owen ganhou a bola nas alturas, com Rooney a dominar com o peito e a rematar de primeira para o fundo da baliza adversária. Nos segundos subsequentes ao lance, alguns jogadores russos levantaram os braços como que a perguntar o que tinha acontecido. A Inglaterra, contudo, acabaria por não conseguiria o apuramento para o Campeonato da Europa.
A pontaria afinada na qualificação para o Mundial de 2010
Sob a batuta de Fabio Capello, Wayne Rooney foi uma das principais figuras da equipa dos ‘três leões’ durante a fase de apuramento para o Mundial de 2010. Quando apontou o quinto golo na vitória sobre a Croácia (5-1), em Wembley, não só confirmou a passagem do seu país à fase final da prova, como tornou-se o segundo melhor marcador da qualificação europeia, com um total de nove remates certeitos.
O regresso no Europeu2012
O cartão vermelho visto na partida contra Montenegro afastou Rooney dos dois primeiros desafios do Europeu de 2012. E a verdade é que o regresso podia ter chegado fora de horas, não fosse a pontaria certeira do avançado a resolver o terceiro e último jogo da fase de grupos, com um triunfo suado por 1-0 diante da anfitriã Ucrânia, a carimbar a passagem aos quartos de final.
O golo no Maracanã
Rooney já havia faturado contra o Brasil em Wembley, no início de 2013, mas poucos esperavam que Inglaterra chegasse ao mítico Maracanã e surpreendesse os anfitriões do Mundial do ano seguinte. A vitória chegou mesmo a estar nas mãos dos ingleses – o avançado do Everton fez o 2-1 aos79 minutos – mas Paulinho repôs a igualdade apenas três minutos depois.
A estreia a marcar no Mundial
Ao terceiro Mundial, foi de vez. Rooney teve de esperar três Campeonatos do Mundo e dez jogos para finalmente apontar o primeiro golo na maior competição entre seleções. O momento chegou em 2014, frente à Ucrânia, na fase de grupos. O tento, no entanto, não foi suficiente para evitar a derrota dos ingleses.
Um livre para mais tarde recordar
A Inglaterra lutava (e desesperava) na Estónia pela passagem à fase final do Euro2016, mas foi dos pés de Rooney que surgiu o único momento de qualidade do encontro. O golo, apontado na conversão de um livre direto, foi um dos remates mais espectaculares da carreira do avançado na seleção e assinalou o 43.º tento ao serviço dos ‘três leões’. Nessa altura, já só tinha Jimmy Greaves (44 golos), Gary Lineker (48) e Bobby Charlton (49) à sua frente.
O festejo acrobático na Escócia
O ‘bis’ assinalado em 2014 frente aos rivais da Escócia, no Celtic Park – vitória da Inglaterra por 3-1 – facultou um dos momentos mais caricatos de Rooney, que decidiu celebrar o segundo golo fazendo a roda. “Foi para o meu filho, ele queria que fizesse uma”, justificou então o avançado.
O ‘winner’ na Eslovénia
A grande maioria dos ingleses talvez recorde os dois golos de Jack Wilshere no triunfo por 3-2 sobre a Eslovénia, durante a qualificação para o Europeu de 2016, mas foi o ‘winner’ de Rooney, já perto do apito final (86’), a garantir três pontos preciosos para os ingleses, levando ainda o avançado a igualar Gary Lineker na vice-liderança dos melhores marcadores de sempre, com 48 golos, ficando a apenas um de Bobby Charlton.
E o recorde chegou, de grande penalidade
45 anos. Foi quanto durou o recorde de 49 golos de Sir Bobby Charlton ao serviço de Inglaterra. E caiu no palco mais mítico daquele país, Wembley, em setembro de 2015, quando Wayne Rooney, de grande penalidade, fez o 2-0 frente à Suíça. Yann Sommer, guarda-redes helvético, ainda tocou na bola, mas como diz o ‘Sky Sports’, “não podia negar a Rooney o seu lugar na história e nos livros de recordes” do futebol inglês.
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