
O governo dos Camarões vai pagar 1,8 milhões de euros ao treinador português Toni Conceição e adjuntos, substituindo-se à federação de futebol, na sequência de uma condenação por “quebra ilícita de contrato”, anunciou hoje o Ministério dos Desportos.
De acordo com um comunicado daquele ministério, a Federação de Futebol dos Camarões (Fécafoot) “não demonstrou possuir condições para pagar o valor” a que foi condenada em indemnizações e multas a Toni Conceição, selecionador camaronês entre 2019 e 2022, e à restante equipa técnica.
O governo assumiu a responsabilidade de ressarcir o treinador português, de 63 anos, que foi despedido em fevereiro de 2022, após a Taça das Nações Africanas (CAN) desse ano, que se realizou nos Camarões e na qual a seleção anfitriã terminou no terceiro lugar.
Este processo reacende a tensão entre responsáveis governamentais e federativos, que teve o momento mais crítico com a escolha do atual selecionador, o belga Marc Brys, escolhido pelo Ministério dos Desportos contra a vontade do presidente da Fécafoot, o ex-futebolista Samuel Eto'o.
No comunicado, o ministério pede ao organismo federativo para “adotar uma gestão menos frívola e mais responsável”, a fim de evitar “mais despesas adicionais desnecessárias”, em referência ao valor que foi condenado a pagar a Toni Conceição.
A Fécafoot respondeu de imediato, considerando que o comunicado do Ministério dos Desportos é “provocatório e insultuoso” e revelando que a decisão de despedir a equipa técnica liderada pelo treinador português teve o aval do presidente dos Camarões, Paul Biya.
António Conceição, conhecido como Toni Conceição, está afastado dos bancos desde a saída da seleção africana, sendo que, em Portugal, comandou clubes como Naval, Estrela da Amadora, Vitória de Setúbal, Trofense ou Belenenses.
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