Os testes para a utilização de substituições permanentes por concussão no futebol inglês, por vezes, "ficaram aquém do objetivo" e "prejudicaram a saúde do jogador", colocando uma pressão injusta no staff médico, afirma o sindicato mundial de jogadores FIFPRO e a Associação de Futebolistas Profissionais de Inglaterra (PFA na sigla em inglês).
Numa carta conjunta enviada ao Internacional Football Association Board (IFAB), que determina as leis do jogo, o FIFPRO e a PFA afirmam que os testes à utilização de substituições permanentes por concussão devem ser estendidos à utilização de substituições temporárias por concussão "o mais depressa possível".
A Premier League começou a testar o uso de substituições por concussão em fevereiro em resposta à crescente preocupação em relação aos danos provocados por lesões na cabeça no futebol. Os testes foram realizados na Taça de Inglaterra e na Liga Feminina.
Os testes começaram depois do IFAB ter aprovado o uso de substituições por concussão em qualquer liga que assim o desejasse em dezembro, explicando que o período de testes se prolongaria até agosto de 2022.
As equipas podem fazer duas substituições por concussão mesmo que já tenham esgotado as alterações permitidas, mas o FIFPRO e a PFA acreditas que os testes devem incluir substituições temporárias a partir de junho, além da já existente substituição permanente.
A carta realça os casos de Issa Diop, do West Ham e de George Baldock, do Sheffield United, que foram analisados devido a lesão na cabeça, mas continuaram a jogar antes de serem retirados depois de se perceber que as lesões eram piores que o inicialmente pensado.
"Estes casos reforçam a nossa preocupação de que as substituições permanentes não dão às equipas médicas o ambiente apropriado para analisar um jogador com uma lesão na cabeça potencialmente grave", lê-se na carta.
"A realidade de uma situação durante um jogo está carregada de pressão. As equipas médicas podem ter uma situação em que a transmissão global do encontro está parada, à espera da sua decisão. Têm de tomar uma decisão que pode alterar um jogo numa indústria de muito milhões".
A carta refere ainda um inquérito do FIFPRO a 96 médicos de clubes dos principais escalões de Inglaterra, França e Bélgica e diz que 83 por cento é favorável à permissão de substituições temporárias para darem às equipas médicas mais tempo para analisar, sem forçar as equipas a recomeçar o jogo com menos um jogador.
"A segurança e bem-estar dos jogadores são fundamentais e devem de ser a única prioridade. Por isso, escrevemos para pedir os Diretores da IFAB para incluir subsituições temporárias por concussão no período de 18 meses de testes, já a partir de 1 de junho de 2021".
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